domingo, 6 de julho de 2008

Onde anda o garoto Elián Gonzalez...

Foto de Elisabet com Elián (1999), colocada numa residência de
Miami. Na legenda está escrito:"Dejen a mi hijo vivir em liberdad"
A notícia foi divulgada pela BBC-Brasil e diz textualmente:

“Elián González, o garoto cubano no centro de uma batalha internacional de custódia 8 anos atrás, entrou para a União de Jovens Comunistas de Cuba, segundo o jornal comunista "Juventud Rebelde". Na edição deste domingo, o jornal cubano cita Elián dizendo que nunca decepcionará o ex-ditador Fidel Castro nem seu irmão Raúl, atual presidente de Cuba”.
Minhas lembranças voltaram ao ano de 1999. O que vou relatar foi amplamente divulgado pela mídia do mundo inteiro. Elisabet Brotons contava 29 anos e era uma mulher corajosa! Para se libertar da tirania da ditadura de Fidel Castro, não hesitou em se juntar a um grupo de cubanos e se lançar à imensidão do mar, num frágil barco improvisado, em busca de Miami. Essas fugas são corriqueiras na ilha-prisão. De cada 10 cubanos 2 já fugiram.
Antecedem à fuga dias de incerteza, ansiedade e medo. Na data escolhida homens, mulheres e crianças, aproveitando a escuridão da noite, fogem em busca da liberdade, de alimentos e, sobretudo, da esperança de uma vida com dignidade. Muitos conseguem. Alguns ficam sepultados no oceano... Elisabet fugiu de Cuba no dia 21 de novembro de 1999. Levou consigo o filho Elián de apenas 6 anos. No traiçoeiro Estreito da Flórida o barco que a levava afundou. Dos 15 fugitivos 12 morreram na hora, incluindo Elisabet. Antes de morrer, porém, pegou uma câmara de ar e disse a filho que se agarrasse ao objeto. No dia 25 de novembro, dois dias após o naufrágio, Elián foi encontrado por pescadores. Golfinhos rodeavam a câmara de ar como que defendendo o garoto dos tubarões. Ocorrera um milagre!
Infelizmente, após longa batalha judicial – entre os parentes de Elián, residentes em Miami e o pai dele que foi aos EUA pedir a extradição do garoto – o Serviço de Imigração dos Estados Unidos, insensível ao heroísmo de Elisabet, mandou devolver o menino ao pai e à barbárie da ditadura cubana.
Oito anos se passaram. Agora leio que Elián entrou para a União de Jovens Comunistas de Cuba. Enquanto isso, no Estreito da Flórida, na imensidão do mar, os restos mortais de Elisabet permanecem no aguardo da ressurreição final...

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