Por - João Ludgero Sobreira Neto
Geógrafo - Especialista em Direito Ambinetal e Geopolítca
Não podíamos deixar passar em branco o episódio ocorrido na praça mais famosa do Crato, a nossa simpática e contraditória Siqueira Campos. Ao assistir a cena, pela TV, onde uma das árvores que tanto confidenciou conversas e promessas políticas desabava, pensei um pouco. Numa primeira reflexão achei que fosse ironia do destino, pelo fato de sua idade tão adiantada, mas na oportunidade de visitar a obra me deparei com comentários dos freqüentadores, onde indignados atribuíam a culpa, a forma como a construtora agiu para enquadrar seu projeto junto à natureza da praça. Não é a primeira vez que nos deparamos com denuncias deste tipo, e infelizmente os “projetos” que envolvem uma interação com a natureza, geralmente os responsáveis, ou por falta de conhecimento, ou pra economizar na execução, teimam em querer que a natureza se adapte ao projeto, e não como deve ser de fato, o projeto deve sempre se adaptar a natureza.
De acordo com as denúncias e colocações que pude constatar na Praça Siqueira Campos, o que levou a queda da árvore e condenou todas as demais, foi uma intervenção junto as raízes das mesmas para encaixar os canteiros, onde a intervenção foi tão profunda que rompeu as raízes de sustentação das tão belas e frondosas árvores, ou seja cortaram, amputaram os pés e as pernas das mesmas, onde uma não agüentando ficar de pé sobre seus mocotós caiu, e as outras não vão suportar por muito tempo, desabarão também.
Diante da tragédia cabe uma reflexão. Será que a empresa tem agrônomos, botânicos, na sua equipe? Creio que não, por que se tivesse com certeza isso não teria acontecido. Até quando as construtoras vão achar que um engenheiro civil é conhecedor de tudo. Não sei quem errou se a construtora por não consultar um profissional conhecedor de árvores, ou o engenheiro que se auto-intitulou como agrônomo ou botânico.
Os erros de uma obra executada por um único profissional que se acha capaz de pensar e agir como um BIÓLOGO, GEÓGRAFO, AGRÔNOMO, GEÓLOGO , etc. Ou seja, ele (profissional) só é a equipe, geralmente só aparecem depois de algum tempo da obra acabada, Relembrar é viver, NÃO ESQUECEMOS DO CANAL DO RIO GRANGEIRO.
Esse acontecimento nos lembra um antigo dizer popular: CADA MACACO EM SEU GALHO.
Imaginem uma Prefeitura, onde o Secretário de Meio Ambiente fosse um Geógrafo, ou um Biólogo, Uma secretaria de Saúde sendo administrada por um Médico ou Enfermeiro, a Secretaria de Obras por um Engenheiro, e a pasta da Educação Administrada por um Pedagogo, não devemos esquecer da pasta da Cultura, onde deveria estar pelo menos uma pessoa formada em Artes Cênicas, e o que dizer da pasta de Ação Social, o ideal seria um Sociólogo, mas o profissional que mais se encaixaria é o Agrônomo na pasta da Agricultura.
Teoricamente esta Prefeitura Imaginária teria tudo para dar certo, mas não devemos esquecer, que somado ao conhecimento formal, vem a importância destes profissionais serem conhecedores de seu lugar, afinal de contas MACACO DE FORA, pode se pendurar em galhos que prejudiquem o desenvolvimento da Árvore.
Saudações Geográficas!
profludgero@hotmail.com
Geógrafo e especialista em Geopolítica e Direito Ambiental
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