Manifestações culturais se destacam no Cariri
Uma programação especial para comemorar o Dia do Folclore foi preparada no Crato e segue até o fim do mês
Crato. Deitado numa rede, o velho agricultor puxa um corrimboque (acendedor de cigarros feito de chifre), acende o cigarro de palha, estica o olhar para o nascente e comenta: “A chuva tá chegando, a acauã cantou em cima de um galho seco”. No terreiro da casa os meninos brincam com osso de boi, enquanto as mulheres pisam milho no pilão para fazerem o pirão de costela do almoço.
O quadro bem sertanejo é, na verdade, uma das mais autênticas descrições do folclore, cujo dia é comemorado hoje. Folclore é a cultura espontânea, vem do berço, transmitida na interação social, por condicionamento inconsciente ou imitação. Folclore é o nosso jeito de ser, de resolver as coisas. É o elo de ligação do indivíduo com sua identidade.
Por isso, no Cariri, todo dia é dia de sabedoria popular, de crenças, superstições, ditados, lendas, ritos, maldições, tabus, rezas, histórias e mitos. Todo dia é dia de artesanato, música, teatro e literatura populares, festas e jogos tradicionais, dança e cantigas de roda.
Basta andar nas ruas ou parar nas calçadas para ouvir histórias mal assombradas, ou poesias de cordel. Se o visitante pender para a zona rural, estas tradições são muito mais fortes. Vai conhecer um povo que canta, dança, reza e maldiz, trava a língua, cura e enterra e faz versos, faz repente, embolada, ligeira, desafio, literatura de cordel. O nordestino reza pra aplacar a seca, dança pra fazer chover.
O Cariri, localizado no centro do Nordeste, épico em crendices e manifestações, em usos e costumes, em histórias que correm de boca em boca, que passam de pai pra filho, pulam fronteiras, mudam de cor, de gesto, de palavra, aumentam um ponto, sobrevivem sempre.
A mais expressiva demonstração desse acervo cultural é a Festa de Santo Antônio de Barbalha que, além do carregamento do pau da bandeira, reúne cerca de 50 grupos folclóricos, entre reisados, penitentes, carpideiras e bandas cabaçais.
A Semana do Folclore do Crato será encerrada, hoje, com a entrega do Troféu Mestre Dedé de Luna a três personalidades que contribuíram para o fortalecimento da cultura popular na região. A solenidade será realizada à tarde, na sede do Instituto Cultural do Cariri, de onde sairá um cortejo de grupos folclóricos para a Praça da Sé.
Apresentações
O evento é organizado pela Fundação Mestre Eloi, que tem como presidente Aristóteles Teles Granjeiro, filho do saudoso folclorista e radialista Eloi Teles de Morais. A Semana do Folclore foi marcada por apresentações grupos de danças, reisados, bandas cabaçais e maneiro pau, nos bairros da cidade. A secretária de cultura do Crato, Daniela Esmeraldo, informou que a programação comemorativa ao Dia Internacional do Folclore prosseguirá até o fim do mês com outras atividades no Alto da Penha.
Uma programação especial para comemorar o Dia do Folclore foi preparada no Crato e segue até o fim do mês
Crato. Deitado numa rede, o velho agricultor puxa um corrimboque (acendedor de cigarros feito de chifre), acende o cigarro de palha, estica o olhar para o nascente e comenta: “A chuva tá chegando, a acauã cantou em cima de um galho seco”. No terreiro da casa os meninos brincam com osso de boi, enquanto as mulheres pisam milho no pilão para fazerem o pirão de costela do almoço.
O quadro bem sertanejo é, na verdade, uma das mais autênticas descrições do folclore, cujo dia é comemorado hoje. Folclore é a cultura espontânea, vem do berço, transmitida na interação social, por condicionamento inconsciente ou imitação. Folclore é o nosso jeito de ser, de resolver as coisas. É o elo de ligação do indivíduo com sua identidade.
Por isso, no Cariri, todo dia é dia de sabedoria popular, de crenças, superstições, ditados, lendas, ritos, maldições, tabus, rezas, histórias e mitos. Todo dia é dia de artesanato, música, teatro e literatura populares, festas e jogos tradicionais, dança e cantigas de roda.
Basta andar nas ruas ou parar nas calçadas para ouvir histórias mal assombradas, ou poesias de cordel. Se o visitante pender para a zona rural, estas tradições são muito mais fortes. Vai conhecer um povo que canta, dança, reza e maldiz, trava a língua, cura e enterra e faz versos, faz repente, embolada, ligeira, desafio, literatura de cordel. O nordestino reza pra aplacar a seca, dança pra fazer chover.
O Cariri, localizado no centro do Nordeste, épico em crendices e manifestações, em usos e costumes, em histórias que correm de boca em boca, que passam de pai pra filho, pulam fronteiras, mudam de cor, de gesto, de palavra, aumentam um ponto, sobrevivem sempre.
A mais expressiva demonstração desse acervo cultural é a Festa de Santo Antônio de Barbalha que, além do carregamento do pau da bandeira, reúne cerca de 50 grupos folclóricos, entre reisados, penitentes, carpideiras e bandas cabaçais.
A Semana do Folclore do Crato será encerrada, hoje, com a entrega do Troféu Mestre Dedé de Luna a três personalidades que contribuíram para o fortalecimento da cultura popular na região. A solenidade será realizada à tarde, na sede do Instituto Cultural do Cariri, de onde sairá um cortejo de grupos folclóricos para a Praça da Sé.
Apresentações
O evento é organizado pela Fundação Mestre Eloi, que tem como presidente Aristóteles Teles Granjeiro, filho do saudoso folclorista e radialista Eloi Teles de Morais. A Semana do Folclore foi marcada por apresentações grupos de danças, reisados, bandas cabaçais e maneiro pau, nos bairros da cidade. A secretária de cultura do Crato, Daniela Esmeraldo, informou que a programação comemorativa ao Dia Internacional do Folclore prosseguirá até o fim do mês com outras atividades no Alto da Penha.
Antonio Vicelmo
Repórter
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