sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O corvo de Poe ainda hoje graceja

Não se escondam,
visionários.
Agosto é um mês tosco,
mas o tridente assaz amolado
perfura com delicadeza a neurose.
A garganta inflamada sinal de bons agouros.
Não blasfemem,
visionários.
Agosto é um mês truculento,
mas a pena bem úmida encanta o papiro.
Esqueçam a mangueirinha do botijão de gás.
Demora muito a viagem.
Não será uma partida gloriosa.
Faces horrendas.
Língua roxa.
Levantem-se do batente,
chega de tantos picolés de morango.
Algodão-doce agora só no Natal.
Então será outro tempo doloroso.
Festas, perus, incensos.

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