Fotos divulgação, Valterci Santos/Gazeta do Povo/Folha Imagem, Alan Marques/Folha Imagem, Ricardo Stuckert/ABR
Brasil
O recado de Garanhuns
O presidente Lula é quase uma unanimidade em sua terra natal, mas isso não seria suficiente para eleger o seu sucessor. O preferido lá ainda é o tucano José Serra
PETISTAS X TUCANOS
O presidente Lula é quase uma unanimidade em sua terra natal, mas isso não seria suficiente para eleger o seu sucessor. O preferido lá ainda é o tucano José Serra
PETISTAS X TUCANOS
Pesquisa mostra que transferência de votos não é automática. Em Garanhuns, a ministra Dilma Rousseff tem um desempenho melhor contra o governador Aécio Neves, mas perde feio para José Serra
No cenário eleitoral mais provável – com o tucano José Serra, o deputado Ciro Gomes, do PSB, e a petista Dilma Rousseff, a provável candidata de Lula –, o governador paulista aparece com 40% das intenções de voto, o dobro de Ciro (20%) e o quádruplo de Dilma (10%). Para testar a capacidade de transferência de votos, os pesquisadores também apresentaram Dilma como a candidata apoiada por Lula. Nessa situação, ela sobe para 26%. Mesmo assim, ainda fica bem longe de Serra, que continua liderando com 38%. A pesquisa também traçou outro cenário, desta vez com o tucano Aécio Neves na disputa. Nem assim a transferência em massa de intenções de voto se concretizou. Sem Serra, Ciro Gomes aparece liderando (41%), seguido por Dilma Rousseff (11%) e Aécio (5%). O resultado do levantamento, embora sem nenhum valor para testar as possibilidades reais dos candidatos, está sendo comemorado pelos tucanos, que andam meio desnorteados, sem saber como enfrentar o governo e a popularidade do presidente. "Lula é um presidente muito popular, principalmente nas regiões mais pobres, o que o torna praticamente um rei em grande parte do Norte e do Nordeste", analisa o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM). "Mas ele não é Deus, não tem poder divino de eleger seu sucessor."
Animados com o veredicto de Garanhuns, os tucanos pretendem repetir as sondagens em outras cidades do Nordeste na tentativa de aferir a disposição dos eleitores em votar no candidato do governo. "Lula é um eleitor de peso, mas a oposição tem grande chance de vencer em 2010. Se o PSDB tiver uma boa estratégia e marchar unido vencerá a eleição", aposta o deputado José Aníbal, líder do partido na Câmara. O otimismo aparente, no entanto, não dissipa totalmente a perplexidade que toma conta do PSDB. Nas últimas duas eleições vencidas por Lula, em 2002 e 2006, os petistas tiveram o trabalho facilitado pelas constantes disputas entre os próprios tucanos. Ainda faltam dois anos para a eleição presidencial e o problema se repete. Hoje, o governador José Serra é teoricamente o favorito para disputar a sucessão de Lula, mas vem perdendo força na máquina do partido. Já Aécio Neves, que é pouco conhecido nacionalmente, trabalha para ocupar espaços e garantir que a luta pela indicação de um candidato do partido à Presidência passe por Minas Gerais. Dessa forma, enquanto mais uma vez o PSDB se divide, Lula vai unindo o PT em torno da candidatura cada dia mais óbvia da ministra Dilma Rousseff. Daqui a pouco, nem Garanhuns conseguirá resistir.
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