terça-feira, 25 de novembro de 2008

Absoluto Silêncio

Olhando agora a estante
não vejo nem sombra dos meus livros.
Sobre a escrivaninha sequer a própria pele.
Evaporou-se minha máquina de escrever Olivetti 45.

Sempre fui um crápula
com meus objetos de valiosa estima.
Mesmo com aqueles
que me ofereceram de sobra
mortes e renascimento.

Diante do meus olhos
nenhum soldadinho de chumbo
nenhuma moeda rara
nenhuma miniatura de fusquinha amarelo.

O meu castigo
é a cada madrugada
o vazio criar raízes nos meus dedos.

2 comentários:

  1. Domingos ,
    Aceite o castigo das madrugadas .
    O silêncio apura o devaneio.


    Beijo

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  2. Poeta, a safra tá boa.
    Vamos plantar dor e colher versos.

    Grande abraço!

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