Dos Mistérios
Os arcanjos e arqueiros
Estão locados entre as pedras
Esperam sem asperezas o meio dia
Retirar suas tolhas de mesa
O terreiro é vasto
Mas os cães dominam o medo
Quando não eles adubam
A terra com uréia desguarnecida
Os ponteiros do relógio
Roçam o tempo com memórias
Não ficamos mais jovens agora
Perdemos os fósforos no escuro
Quem se jogar da janela agora
Vai encontrar espantada
Uma fila de ônibus que espera
Estão todos calados agora
Os cães amofinam
Regojitam o ar das narinas
Sinto o espírito de Francisca
Que volta sem sorrir
Ao que digo sentado sobre
Os calos e os calcanhares
Quem vem lá? Quem vem lá?
É de paz? É de paz?
Tua poesia pousa sobre um plano épico.
ResponderExcluirMesmo que não queiras.
Mesmo que haja jogos de esferas.
Abraços, meu camarada.
É sempre bom saber o quem vem de lá.
ResponderExcluirÉ sempre providencial repetir a perguntar: quem vem de lá?
Quem vem de lá sabe muito bem o que aquilo e isso lá são.
abraços, poetas, abraços
ResponderExcluircorreção de dois erros de digitação:
faltou o "a" de toalha
e o "r" de regorjitam
vlw
Marcos: a poesia é, também, um espectro de algo não de todo revelado. Não de todo revelado pelo poeta. E desta dúvida entre quem se joga pela janela, Francisca e quem vem lá, retorna-se às locas de pedras das quais se avistam os cães que regorjitam o ar que respiram. Ou seja na volta ao princípio do poema, o poeta nos torna espectro de um átimo de revelação.
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