sexta-feira, 28 de novembro de 2008


Eu tenho dezenas de ânforas
Sabia?
Em cada uma delas
Guardada do tempo,
Um bem querer.
Ali, naqueles papéis,
Guardo poemas de um tempo
Em que o tempo era
A minha preocupação nenhuma.
Naquela gaiola? Tejuro
Nunca morou nenhum passarinho.
De vez em quando remexo tudo,
Mas dói...
E o de vez em quando tem de ser só
De vez em quando.
Em uma das ânforas, dia desses,
Descobri vinte e nove interrogações.
Subi no último andar
E espatifei-as na calçada.
Não agüentava mais me responder:
Porque não fui?
Porque não comi?
Porque não aprendi?
Eu sei das perguntas, barulhentas
O que eu não sei,
É como silenciá-las.

4 comentários:

  1. É, meu irmão, o eterno silêncio e suas arapucas e seus oráculos.
    Poema massa.
    Abraços.

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  2. gostei do arapucas e oráculos
    um abraço grande meu caro.
    hasta la vista

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  3. Com o lobo da estepe
    Eu me dei bem
    Várias e muitas várias vezes
    Mas nas estepes desertas
    Sem bares
    Dei-me mal afinal
    Temos que pedir a conta
    E pagá-la juntos sempre juntos

    COME TOGHETER

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  4. o foda é sempre a conta né seu rafa? mas a gente paga junto meu camarada. um grande abraço das estepes a beira do rio chico rotten.

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