terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Uivo e café da manhã

O sol rasga minhas velhas cortinas. A janela ferve, junto com as paredes – ainda limpas e austeras. Existe um sonho do outro lado do mundo sendo. Existe um amor injustificável. E os vulcões, os vulcões.

O céu acima de mim. Compactuando com mais esse vacilo – um riso negligente pras coisas do mundo; é manhã, tudo arde em comunhão; nobreza instaurada em minha morada. Muros, semáforos, outdoors e esperanças não mais me interessam. Meus dedos apontam prum ponto inexistente. O cinza dos dias cede a uma triunfante confusão de cores. Todas inomináveis. Eu as invento. A alma calibrada pra coisas do tipo. O incerto, um livro do Ginsberg: tudo uma coisa só.

2 comentários:

  1. Ai, Gustavo...Que texto lindooo
    Alma feminina ! Adoro !

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  2. uivo
    dedo apontado
    inexistente ponto
    cabeça dentro de ginsberg
    e a manhã
    nunca mais será
    a mesma

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