terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Quem paga a conta somos nós



Você – que me lê – já teve curiosidade de saber quanto sai do dinheiro do imposto que a população paga para sustentar um presidente da República?
Pois o imposto que você paga também é destinado a esta finalidade. E, falando em impostos, não adianta chiar que não temos segurança, que a educação e a saúde pública ofertadas são de péssima qualidade, etc. Não. O imposto é enfiado de goela abaixo. Compulsoriamente.
Mas, não era disso que eu queria falar. Você sabe quanto custa para a população a manutenção dos Palácios da Alvorada e Palácio do Planalto (e a partir de fevereiro do CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil – e do Palácio do Buriti, nos quais o presidente Lula vai despachar em face da “ligeira reforma” do Palácio do Planalto, que vai custar R$ 88 milhões e só ficará pronto em abril de 2010)?
E sabe quanto custa a manutenção do avião presidencial – o AeroLula – adquirido por R$ 56 milhões, mas já recentemente reformado. Uma curiosidade: Entre tantos itens instalaram, no AeroLula, um bar para servir “caipirinhas” que custou 300 mil reais...
Mas, voltemos ao custo da Família Presidencial. Dados fornecidos pela Organização das Nações Unidas e pelo Unesco mostram que os gastos com a manutenção do presidente da república, no Brasil, custam cerca de U$ 12,00 (doze dólares) a cada um dos 180 milhões de brasileiros.
Isto é pouco ou muito?
Comparemos com outros países. A monarquia norueguesa custa U$ 1,58 (um dólar e cinqüenta e oito centavos) a cada súdito daquele país. Com ligeiras oscilações é isso que custa a cada espanhol, sueco, japonês, belga ou holandês para manter a Família Real naquelas nações. No Mônaco e Liechtenstein, a despesa para cada súdito é de 1 dólar/ano. A monarquia mais cara do mundo é a inglesa.Custa U$ 1,82 a cada inglês. Entretanto, atraídos pela tradição da realeza os turistas deixam por ano, na Inglaterra, trezentos milhões de dólares.
Mas voltemos ao Brasil. Você sabe que os cofres do governo sustentam algumas mordomias para os ex-presidentes Sarney, Collor, Itamar e FHC? Eles custam – cada um, é bom que fique claro – 64 mil reais por mês. Isto porque cada ex-presidente do Brasil tem direito aos serviços de quatro servidores para atividades de segurança e apoio pessoal, a dois veículos de luxo com motoristas e ao assessoramento de mais dois servidores.
Ô pais rico este nosso Brasil!
PS – Antes que m’esqueça: você sabe quanto custa uma eleição presidencial aos cofres públicos? Segundo o jornal “Estado de S.Paulo”, a cada quatro anos são torrados 1 bilhão e 200 mil reis para colocarmos um novo presidente no Palácio do Planalto. Mas,note bem, aí não estão incluídas as doações para as campanhas, com os inevitáveis “Caixa Dois”, nos quais o publicitário Duda Mendonça é PHD.

3 comentários:

  1. E por falar em eleição, em princípio, não há processo de designação mais contrário à própria essência da magistratura suprema do que o eleitoral. Deveria ser um magistrado para todos, mas é eleito por um partido, ou seja, uma facção. O presidente deveria ser um poder imparcial e sereníssimo, mas é eleito nas paixões das lutas partidárias. Deveria ser um símbolo unanimemente respeitado. Mas é exposto, durante a disputa eleitoral, a todos os ataques, críticas e até ao ridículo...
    Nunca um presidente chega ao poder pela unanimidade da população. O Presidente Lula foi eleito, no último pleito, com 60,83% dos votos. Significa que 39,13% não o queriam como presidente e, por isso, votaram em Geraldo Alkmin. Lula será uma verdadeiro pai para esses 60% de correligionários.
    Ou seja, há – e sempre haverá – vendedores e perdedores; descontentes e decepcionados, pois toda eleição é forçosamente traumática e divide a sociedade brasileira.

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  2. Armando,

    É por isso que nós temos que voltar à Monarquia.

    Como diria aquele sujeito da igreja:

    "Ô Tempo Bom!"
    "Ô Tempo Bom era aquele!"

    Falando em Monarquia, eu fui à Nobel de Juazeiro, e só me lembrei de você, porque tem lá uns 3 livros grandes sobre Dom pedro II bem na parte das prateleiras da frente.

    Abraços,

    Dihelson Mendonça

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  3. Grande Dihelson,
    Eu, pessoalmente, acredito que é muito difícil o Brasil voltar a ter a forma de governo monarquica.
    É que - apesar da República não ter dado certo no Brasil. Isso é visível. Nenhum serviço público funciona bem no Brasil (A ré-pública só se manteve de pé por meio de novos golpes, ditaduras e, ultimamente, na política do "é dando que se recebe - não vejo como implantar um regime parlamentarista monárquico com uns partidos (os da "base política" aderem a qualquer governo,de qualquer ideologia) e uns políticos viciados como o que temos hoje?
    A cultura da corrupção está impreganada em todas as esferas da administração pública. Hoje, onde existe mais corrupção é exatamente nas Prefeituras...
    O próprio povo - que não lê, que tem a cabeça feita pelas novelas da TV - acha que tudo isso é normal.
    Durante 100 anos , durante os quais vigou nas constituições republicanas (com exceção da atual) a proibição de sequer falar em monarquia,sucessivas gerações foram prograticamente induzidas a ter preconceito contra tudo que lembrasse a monarquia.
    Até nos livros infantis as histórias de reis e rainhas são apresentadas como monarcas cobertos de jóias, cuja única preocupação são os castelos ricos e banquetes pantagruélicos e, ainda por cima, mandavam roubar e cortar a cabeça dos seus súditos.
    Existe doutores, com alguma cultura, que não sabem, sequer, distinguir forma e sistema de governo...imagine o povinho (80% da população) que não sabe sequer que existem países como o Japão, Tailândia, Inglaterra (com a Escócia, País de Gales,Canadá e Austrália),Espanha,Dinamarca, Holanda, Bélgica, Suécia, Noruega, dentre outros que são riquíssimos, onde tudo funciona bem, e adotam a forma de governo monarquia-parlamentar...
    Seria ilusão de um Dom Quixote imaginar que a nossa classe política deseje melhorar as condições de vida desse povinho,que, se progredisse teria condições de ser bem informado...
    Dai a criação das "bolsas-esmola",paliativos que não resolvem problema, mas servem para manipulação da pobreza e até de muitos doutores que andam por aí...

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