segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Miolo

Isto é uma tentativa de tornar compreensível, aos que chegarem a debruçar os olhos sobre o texto, os significados da publicação anterior. Depois disso poderão ler o texto anterior sem as explicações que seguem, e creio que o verão claramente. Grata, eu.

Capacidade criativa na alma pequena
de qualquer um e de todos nós
- começo defendendo a idéia de que a alma dos viventes é pequena. Siga.

essa virtude versus descrédito
enquanto valor escrito,
(são) valores em idéias descritos
- a criação escrita na perspectiva da transvaloração não tem crédito assegurado no presente, essa virtude/capacidade de escrever idéias a respeito de valores universais não tem crédito, pois são somente valores em idéias descritos ainda, não atingidos, alcançados. Acho que essa estrofe nem precisava explicar minuciosamente.


Porém, ou ação...
ou a ação cobrada
- se a idéia de um for bem aceita...ou escrever ou escrever...e toda demanda em si é fator que pressiona naturalmente.

quem te pede presume
que podes dar
os valores ativos,
ativos...
- repeti valores ativos também pela emenda entre os versos separados, o ativos final liga com mortos? da estrofe seguinte e, claro, a ênfase ao repetir ativos que quis dizer: letra viva, que ativa, texto-fomento para outras idéias.

mortos? Nunca!
vivos cá e vivos lá
- entro aqui no mérito da vida/existência pra discutir essa idéia cujo título chamei de "desmemória"; obs: cá é na terra, lá é no pós-morte, não é no Crato e em Juazeiro, ok? Siga.

a memória completa,
o ser eterno aqui em sonho,
aqui não lembra
vive este inacessível
- (Bem, vou me alongar um pouquinho, aqui intervenho na memória temporal, o acúmulo das nossas lembranças do nascer ao morrer, quis dizer que ela não é suficiente, não basta. Penso que a memória da humanidade desde o princípio está gravada nesta mesma mente que possuímos agora vivendo, mas nos está inacessível, como um chip no cérebro, deve ter uma senha secreta, o homem ainda não descobriu, começou a procurar com a hipnose, tão clínico. Por que é preciso morrer para recuperar esta memória eterna, ancestral? E depois voltar a viver sem lembrar do insondável em nenhum momento desta existência, não é cômodo e até patético? Quem somos na eternidade dos tempos? Penso que cada um é um só desde o "era uma vez" até o "final feliz" da História do mundo, as perguntas novas o futuro fabricará ou quando,ou se, ou um direito, poderão viver cônscios das suas origens, seu histórico, com a memória dos tempos em si, onde não haverá perguntas existenciais por responder.

e vive...
quem descontente com isto,
quem...

entre o fazer e o falado, abismo.
- entre falar idéias e fazê-las verdades, uma distância enorme.

e sobre as pontes relacionais poder dizer,
sem comissões não-tributáveis
até acesso ajardinado, ou mais
- essas pontes, ou relações entre as pessoas que discutem as idéias, devem gastar/consumir todo investimento no que está proposto, sem desvios às primeiras influências, pois renderá, ou mais...também aproveito aí para tratar das pontes reais, que sem o tal caixa-dois na construção, teriam até os canteiros floridos previstos no projeto original.

uso que honra o aplicado
na obra inacabada
- aqui, tanto a ponte em construção, quanto a idéia em construção, por isso não quis dizer obra acabada.

aos leitores incorruptíveis:
- esses cuja razão não cede à emoção ou a efeitos facilmente, que não se desviam do seu centro, apesar disso ou daquilo.

o que é escrito não age andando...
andando em círculos, ação dos circularizados
- quis dizer sobre concentração para absorver o escrito, não como distraídos ou com o próprio andar, ou com a paisagem...e ao passo que sem sair do óbvio -em círculos- também não se atinge o objetivo do autor nem do leitor, e aí entra um paradoxo, pois para sair do óbvio tem que andar, até gostei porque devem ter pensado outras possibilidades além destas...e disse que esse ficar em si, doar entre si -andar em círculos- é ação de sociedades de círculos fechados,defensivos.

nenhuma corda,
nenhuma.
- isto seria a intenção de ratificar um não à troca de cortesias e apoios entre os integrantes ou "circularizados," guetos, ou seitas, num extremo, ou qualquer modelo de grupo que entre os iguais se favoreçam, ou que se favoreçam muito mais em detrimento dos a quem serve; grupos econômicos inclusive. Não, blogs e comunidades, não. Estes são novos modelos.

liberdade.(sim)
- fim.


Beijos.

5 comentários:

  1. Prezada Marta,

    Dediquei um poema/pensamento a você alguns tópicos abaixo intitulado "Princípio da Incerteza". Como não vi qualquer manifestação sua, creio que você não chegou a ler. Apenas confirme se o recebeu.

    Abraços,

    Dihelson Mendonça

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  2. Acho que vou arquivar os textos nessa temática para uma produção futura, um livro, sei lá...poupá-los de divagações desnecessárias.

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  3. Dihelson, eu respondi lá no seu texto. Grata, viu?

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  4. lindo, lindo, lindo

    atual, fragmentado, urgentemente metalingüístico, necessariamente desmiolado, retalhos de todos nós, agrupados para desagrupar, que a métrica e que a rima procure outra praça, esta está ocupada pelo possível, pelo impossível, pelo inaceitável, pelo míssel remissível, pela resignificação do inresignável

    você se superou inteira, atualizada

    estou rindo e escrevendo

    bjs

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  5. Marta escreveu um mundo com algumas palavras. O Leonel com menos ainda disse tudo e mais alguma coisa sobre o que Marta dissera.

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