sábado, 27 de dezembro de 2008

Plantio

Uma boa enxada ao ombro
é de tal ferramenta que careço.
O suor umedecer as raízes
dos arbustos silvestres.
Exaurir-me os músculos
das mãos e das faces.
Uma cabaça d'água à cintura.
Um cigarro de palha
entre a orelha e o grude.
Quando o crepúsculo
abater-se sobre a nuca
um intervalo para um gole
e para um trago.
Mas sem demora.
Tem muita batata doce
sonhando com a sepultura.

Um comentário:

  1. Versar
    é estivar pensamento.
    Enxada é caneta
    Sementes são letras....
    Adubo é sentimento
    A batata do poeta
    não está na perna ...
    É poesia enraizada...
    Se a gente extrai-la
    Teremos comida pra fartar
    o coração do mundo !

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