sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Cinco para as quatro

Eis um rio desaguado
Que solidão insólita aquela
Sem dentição aparente

Na margem direita
A desolação do velho sofá
Sem reino e sem níqueis
Retidos em segredos

Na margem esquerda
A disjunção onírica
Das cápsulas deflagradas
Que não decifram o inimigo

Na margem incontida
O prazer inafiançável de
Se dependurar em grampos
Sob a pele em sala escura

Eis uma inundação
De espermas nas pernas
Sem restrição aparente

7 comentários:

  1. O poema e os seus cantos.
    De espaço, de vazio, de segredos.
    Sobretudo de imagens.

    Nem sempre é preciso um choque.
    Há energia suficiente para um longo,
    longo, longo tempo de tremores.
    Pés descalços, tempo chuvoso -
    corre-se o risco.

    Um forte abraço,
    meu camarada e meu irmão.

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  2. Há algo em comum comigo, uma direção desviada, um surpreendimento com o que não estava predito, tuas letras me pegam de jeito, estilo que admiro.

    Beijo esporádico, como suas aparições.

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  3. cinco pras quatro
    balas deflagradas
    pernas
    espermas
    e um sofá confessional sem moedas escondidas.

    porra!

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  4. Valeu, poetas,

    a poesia é a única estrada que cria o seu próprio rumo. Ainda bem que estamos nela.

    abraços

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  5. "Eis uma inundação"
    de imagens
    nos versos de um bom poema.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. Valeu Chagas, pelo comentário,
    valeu poeta, abraços!

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