Cinco para as quatro
Eis um rio desaguado
Que solidão insólita aquela
Sem dentição aparente
Na margem direita
A desolação do velho sofá
Sem reino e sem níqueis
Retidos em segredos
Na margem esquerda
A disjunção onírica
Das cápsulas deflagradas
Que não decifram o inimigo
Na margem incontida
O prazer inafiançável de
Se dependurar em grampos
Sob a pele em sala escura
Eis uma inundação
De espermas nas pernas
Sem restrição aparente
7 comentários:
O poema e os seus cantos.
De espaço, de vazio, de segredos.
Sobretudo de imagens.
Nem sempre é preciso um choque.
Há energia suficiente para um longo,
longo, longo tempo de tremores.
Pés descalços, tempo chuvoso -
corre-se o risco.
Um forte abraço,
meu camarada e meu irmão.
Há algo em comum comigo, uma direção desviada, um surpreendimento com o que não estava predito, tuas letras me pegam de jeito, estilo que admiro.
Beijo esporádico, como suas aparições.
cinco pras quatro
balas deflagradas
pernas
espermas
e um sofá confessional sem moedas escondidas.
porra!
Valeu, poetas,
a poesia é a única estrada que cria o seu próprio rumo. Ainda bem que estamos nela.
abraços
"Eis uma inundação"
de imagens
nos versos de um bom poema.
Valeu Chagas, pelo comentário,
valeu poeta, abraços!
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