terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Crato
Francisco Chagas (Cival)
Como de ti se libertar
o que comprometeu sua solidão
em tuas ruas?
o que desfrutou o silêncio
infiltrado em tuas ruas?
o que sofreu e desejou a solidão
em tuas ruas?
Impossível borrar-te
nesta cidade que baniu o silêncio
rompeu os laços com o silêncio,
se embriaga numa orgia de sons
com a pressa de quem diz:
Por favor, mate-me logo! Eu quero morrer.
Aviões se aninham no céu
com urros de leões famintos,
música barata,
motocicletas,
cachorros,
uma insaciável sede de asfalto.
Despido do medo,
o dia soçobra numa tensão entre o que foi provido de sonho
e o que nas dores do deserto
colheu frutos.
Resta a certeza de um amor
com seiva nas raízes a resistir,
mas incapaz de possuir-te outra vez.
Imagem capturada de http://www.proares.ce.gov.br/
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