sábado, 28 de fevereiro de 2009
“Moro num lugar comum”. Mais ou menos setenta, ou oitenta. Não sou historiador. Mas belchior cantava uma canção que falava desse jeito. Comum? Acho que nem belchior sabia que sua bola de cristal era tão poderosa... lugar comum. Eu moro na porra de um lugar comum. O que não deixa de ser incomum. A vila de onde saí pariu um padre que comia beatas e se santificou entre cangaceiros e loucos de deus. A vila onde moro pariu dois ícones: joão bossa gilberto fanho e ivete rainha de trio sangalo. O inventor da bossa antiqüíssima, depois que saiu daqui, nunca mais cruzou seu terno cor de nada, ou seus pés exóticos de lombrado exótico por essas ruas esquisitas. A rainha do trio diz que “ama” essa cidade, que “ama” cada pessoa que a segue pela rua como se ela fosse uma santa. Uma deusa pagã que não leu o mito da caverna. O joão esquisito batizou com seu nome o “centro de cultura”, que nunca vai ser centro, e cultura? Só se for em promoção. A rainha do trio de salvador, nos ama. É verdade. Mas ela quer que o cachê seja depositado antes. Sabe como é: amigos amigos, negócios... mas se a grana chegar no dia, ela com certeza sobe em sua caixa de som gigante e declara o seu imenso e inenarrável amor pela terra ribeirinha que a pariu.
Comum. Cidadela comum pra caralho. Onde seus pretensos artistas, viúvos de joão, se engajam em campanhas políticas, e caso se dêem bem, se agarram como sanguessugas nos culhões do alcaide de plantão. Comum. Onde a diferença de um líder comunitário e um pedinte é só o cheiro. E assim, pacificamente, vivemos de forma comum: putas mirins, vendedores de amendoim, artistas frustrados, e uma elite filha da puta que grita em dó nenhum do primeiro andar: - “não me misturo. Ando dentro das cordas. Sou incomum. Raro”... a plebe rude, que escuta axé e bossa nenhuma no rádio e na rua nem sonha que é seu suor que sustenta os luxos e vícios dos mascarados do primeiro andar. Um dia, um poeta da cidade pichou em uma parede: “quero a cabeça de todo mundo que ta metendo a mão. Desses, eu não!”
Continuo dizendo.
Comum dizer.
Comum pra caralho.
http://cidadedemerda.blogspot.com/
tudo é comum. e óbvio. cheio de ondas e firulas inúteis. cidades sempre serão pequenas, meu chapa, pro que vc tem como vida
ResponderExcluirThe Lupas,
ResponderExcluiressa raça de "Artistas" artistas, tem em todo canto. Esse bando de filho da puta foi criado em laboratório, são bactérias retroalimentadas por vírus, eles vivem em colônias,comendo uns aos outros. O pior é que se acham legítimos.
né que é isso mermo seu guga?
ResponderExcluirmas vou continuar ferroando, pra ver se acho uma confusão com molho.
sei dos parasitas mestre lobo. e nós, fodidos, ainda temos que sorrir decorado pra gente que nem sabe a dificuldade de mexer o maxilar. estamos aí, delicados uns dias, metendo veneno em outros. mas sempre prontos.
hasta.