Com as minhas armas de brinquedo
duelo com meus inimigos imaginários.
Os mais arrebatados de sangue quente
tentam atingir-me com armas de verdade.
Gargalho, alcanço-lhes o dorso, as nádegas, a nuca.
Grito: "Morreu, canalha!"
E outros mais endemoninhados avançam -
Bombas nas mãos, punhal entre os dentes, laser letal na retina.
Enlouquecidos,
tropeçam em seus próprios calcanhares -
sequer pegam gosto,
morrem no esplendor da brincadeira.
Graças a Deus existem meus sábios inimigos imaginários
conhecedores da minha futilidade de poeta -
Gargalham como eu,
com espada de plástico na mão,
atacam-me nas nádegas, no dorso, na nuca.
E também gritam - Morreu, canalha!
No final,
subimos todos
nas mangueiras
e pescamos peixes.
Sempre haverá fantasmas para afetar os poetas.
ResponderExcluirPoetas têm seus próprios fantasmas.
E o que é pior, sempre haverá vivos para afrontá-los, a eles poetas. É o preço.
Um abraço.
inimigos imaginários...
ResponderExcluirúnicos possíveis para gente do nosso time:
poetas?
Criadores irascíveis do imaginário.
poema ducaralho cumpadre.
senso de humor rima com inteligência. gostei desse texto em que você revela uma boa dose de autocrítica mas sem choro e nem vela. as "divas" e as "primadonas" (primas do dono do teatro)sempre vão precisar de torres de marfim cercadas por fossos.quem não pode com o pote não pega na rodilha.
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