quinta-feira, 19 de março de 2009

Levitação

Em feriados como hoje
que não faz sol nem chove
onde o corpo morre e deixa a alma banguela
aprendo a desatar os nós do cadarço sujo.

Eram tantas as frieiras,
os frêmitos, os descuidos,
os hematomas, as moléstias,
os urros, os vômitos, as lágrimas.

Em feriados como hoje
que nem formiga vira duende
nem parede cria asas de bule
sinto saudades daquele poeta doido.

E eram tantos os becos, os quartos,
as praças, os salões escuros, as casas em ruínas.

Os demônios se entristecem com o pasto verdejante
mofando diante dos meus olhos.

Sabem do meu Vazio.
Por isso tristes não se calam -

tentam reanimar o paciente
com fortes dores no estômago.

Nenhum comentário:

Postar um comentário