O que lemos tem mais de um lado. Mais de uma versão, além da posse de quem pensa usá-lo como instrumento puro e simples. Algumas questões vão muito além. Como:
Contabilidade dos mortos: é uma peça de largo uso dos guerreiros, dos contendores em busca de reduzir as forças adversárias. Será possível comparar-se os milhões de mortos de um lado e outro da trincheira das lutas do século XX? Principalmente se esta contabilidade é feita com o objetivo da propaganda política? Incluem-se de um lado as mortes por crises de produção nos campos e do outro o crime conta-gotas da polícia política. Portanto a contabilidade dos mortos dos séculos XVII a XX e inclusive este XXI é muito típica de sociedades em transição, revolucionárias e profundamente transformadoras da produção, distribuição e uso dos bens. Pode ser que por trás desta contabilidade, na razão de alguns guerreiros esteja um apego exagerado ao medievo em detrimento do iluminismo.
Imposturas intelectuais: quando Alan Sokal e Jean Bricmont publicaram o “impostura intelectuais” aqui no Brasil a apropriação do tema, por incrível que pareça se fez pela direita, especialmente pelo ícone da economia de mercado Roberto Campos. Há de se considerar que Campos era um direitaço de origem intelectual, ex-seminarista, teve a mente treinada como fazem as escolas católicas. Então a que vem o post? É que o intelecto é exatamente o que mais objetivamente torna os homens um animal diferente. Além do mais a disciplina intelectual é uma das maiores conquistas das civilizações. Criticar imposturas neste campo é necessário como em qualquer atividade humana, embora o teatro, a dissimulação, seja das mais interessantes características humanas. O que se tem de cuidado é, ao criticar intelectuais não sirva ao obscurantismo que ronda as franjas do dia-a-dia em qualquer sociedade.
Bárbaros e invasores: Roma fora corroída por dentro ou por fora? A tendência é que a queda de Roma não se explique apenas pelas invasões bárbaras. Tudo leva a afirmar que Roma se tornara insuficiente para o tamanho do império, tanto em território, quanto em tempo e, portanto, em culturas. Foi uma dose tão grande que o Senado inebriou-se em dispersão e jogou-se nos braços de um imperador. A partir daí tudo foi possível, inclusive o encarecimento da vida cotidiana dos romanos dado a expansão do império e seus gastos guerreiros. Quanto aos bárbaros? Certo que levaram o mundo ocidental adiante, com os centros em Roma e Constantinopla inventaram a idade média.
Cult e Cultura: a palavra “Cult” é plena de significados. Uma palavra do contemporâneo, que tanto passa pelo cultuar, como pela cultura propriamente dita. Parece impor algum sentido de “estilo” e “qualificação” em artes. O Cult pode até mesmo ser uma referência do “avançado”, do “bem elaborado”, de uma certa “vanguarda”. Por isso a juntada de caririenses no Cariricult por vezes é julgada pelo Cult. Seria este o verdadeiro significado deste blog? Na minha humilde opinião é uma praça em que todos dizem o querem, se elogiam, pois é assim que entendem fazê-lo e claro se criticam já que ninguém diz nada em vão.
Contabilidade dos mortos: é uma peça de largo uso dos guerreiros, dos contendores em busca de reduzir as forças adversárias. Será possível comparar-se os milhões de mortos de um lado e outro da trincheira das lutas do século XX? Principalmente se esta contabilidade é feita com o objetivo da propaganda política? Incluem-se de um lado as mortes por crises de produção nos campos e do outro o crime conta-gotas da polícia política. Portanto a contabilidade dos mortos dos séculos XVII a XX e inclusive este XXI é muito típica de sociedades em transição, revolucionárias e profundamente transformadoras da produção, distribuição e uso dos bens. Pode ser que por trás desta contabilidade, na razão de alguns guerreiros esteja um apego exagerado ao medievo em detrimento do iluminismo.
Imposturas intelectuais: quando Alan Sokal e Jean Bricmont publicaram o “impostura intelectuais” aqui no Brasil a apropriação do tema, por incrível que pareça se fez pela direita, especialmente pelo ícone da economia de mercado Roberto Campos. Há de se considerar que Campos era um direitaço de origem intelectual, ex-seminarista, teve a mente treinada como fazem as escolas católicas. Então a que vem o post? É que o intelecto é exatamente o que mais objetivamente torna os homens um animal diferente. Além do mais a disciplina intelectual é uma das maiores conquistas das civilizações. Criticar imposturas neste campo é necessário como em qualquer atividade humana, embora o teatro, a dissimulação, seja das mais interessantes características humanas. O que se tem de cuidado é, ao criticar intelectuais não sirva ao obscurantismo que ronda as franjas do dia-a-dia em qualquer sociedade.
Bárbaros e invasores: Roma fora corroída por dentro ou por fora? A tendência é que a queda de Roma não se explique apenas pelas invasões bárbaras. Tudo leva a afirmar que Roma se tornara insuficiente para o tamanho do império, tanto em território, quanto em tempo e, portanto, em culturas. Foi uma dose tão grande que o Senado inebriou-se em dispersão e jogou-se nos braços de um imperador. A partir daí tudo foi possível, inclusive o encarecimento da vida cotidiana dos romanos dado a expansão do império e seus gastos guerreiros. Quanto aos bárbaros? Certo que levaram o mundo ocidental adiante, com os centros em Roma e Constantinopla inventaram a idade média.
Cult e Cultura: a palavra “Cult” é plena de significados. Uma palavra do contemporâneo, que tanto passa pelo cultuar, como pela cultura propriamente dita. Parece impor algum sentido de “estilo” e “qualificação” em artes. O Cult pode até mesmo ser uma referência do “avançado”, do “bem elaborado”, de uma certa “vanguarda”. Por isso a juntada de caririenses no Cariricult por vezes é julgada pelo Cult. Seria este o verdadeiro significado deste blog? Na minha humilde opinião é uma praça em que todos dizem o querem, se elogiam, pois é assim que entendem fazê-lo e claro se criticam já que ninguém diz nada em vão.
José dos Vales (do Cariri, do Capão...)
ResponderExcluirVou usar uma técnica comum nas bancas de defesa de tese que consiste em começar uma avaliação pelos elogios (depois a crítica desce mais "redondo").
É importante você lembrar o uso às vezes oportunista da contabilidade de mortos em uma discussão política quase sempre sectária e bipolar.
Quanto ao uso da expressão Cult sei que ela também pode ser entendida como uma contração da palavra cultura. Mas ela nunca é usada inocentemente. Por ser um hype (expressão inglesa que se refere a um modismo superestimada) seu significado mais recorrente está sempre próximo da idéia de culto, de alguma coisa acima da média.
Na minha opinião acho você um tanto opinionated (expressão em inglês que significa pessoa que tem e expressa sua opinião sobre tudo)
Se a sua referências aos Romanos e Bárbaros tinha a ver com o poema de Kaváfis acho que você fez uma leitura errada do texto. Kaváfis usa os bárbaros como metáfora para expressar a inevitável decadência do Império Romano. Os bárbaros são só um detalhe. Então não vejo sentido de você tentar explicar o que já poderia ter sido inferido do poema citado.
(Texto para ser lido no tom de uma conversa amistosa).
Abraço.
Maurício: eu não acho você. Você me acha opinionated até com a fábula do anão nas costas dos monstros. Mas a questão do post não é nem Kaváfis e nem apenas você. Se trata do que se diz nos textos deste blog. Não importa se citando alguém, apenas o que se queria quando se citou este. Aliás, com afinco de mestre, você pinçou as duas palavras com as quais esgrimou tempos breves neste blog. Agora Maurício um fato é notório, você usa bem a técnica de exame de outrem. Até quando joga com o nome das pessoas já com o tom plural para expressar o que deseja descer mais redondo. Sim mas é claro que o crítico é disciplinado para o bem redondo na testa.
ResponderExcluiracho que você superinterpretou (v. Umberto Eco) o meu comentário. o vale do Capão que faço referência fica na chapada Diamantina na Bahia e é uma espécie de refúgio, quase místico, de ex e neo hippies. quanto a redondo na testa juro que não entendi. please, don't let me be misunderstood!
ResponderExcluirMaurício: somos os últimos moicanos. Vejam as outras postagens e poucos fazem o que estamos fazendo: debatendo. O erro foi meu em não ser claro. Para simplificar: quando usaste meu nome no plural logo vi a tua ironia para introduzir o "opinionated". Aliás, acho que você não fala gratuito, saiba que tem um tipo que detesto é esse. Não sou assim mesmo que toque em diversos assuntos, não falo por falar e nem para demonstrar que sei dizer algo sobre isso. Neste blog procuro acompanhar o que todo mundo fala e aí faço textos iguais a este que comentas. Foi apenas isso. Agora sobre este último comentário, não me ponha numa posição em que conscientemente não me pus. Veja não estou superinterpretando, quando falas no Capão e o explica, agora me caiu a ficha da tal história do gênio, do guru ou adjetivos com os quais tens esgrimido. Já esclareci isso para você. Sobre o redondo na testa é que dizias elogiar para descer mais redondo, mas na verdade interpretei (super?) como um galo na testa (já me expliquei acima).
ResponderExcluirPor último Maurício: não gosto de ficar trocando ironias e farpas apenas, mas respeito muito a tua atenção com o que escrevo, pois isso é o que mais deseja quem escreve. Vou adotar uma nova postura: evitarei te provocar pelo menos conscientemente. Mas sei que um sujeito bem formado como és, gosta das opções do pensares e por isso és um Tavares (infame, não?).
ok, zé (sem vales e sem promissórias)
ResponderExcluireu gosto de debater e às vezes me excedo. quanto ao debate político que tem rolado no blog sinto que algumas coisas nele estão datadas mas as pessoas gostam e as coisas só se esgotam quando elas se lambuzam. opinionated foi demais. foi exagerado. foi uma licença poética. mas quanto ao papel de guru continuo achando você um bom candidato. sem ofensas.apesar de tudo o blog andou movimentado esses últimos tempos. a calmaria tava chata.