Durante quase três horas, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e os diversos senadores que o apartearam falaram ontem, dia 3, no Senador Federal, de uma forma unânime, sobre a necessidade de adotar medidas de combate à corrupção no país. É sabido que hoje ninguém lê mais matérias longas postadas nos blogs. Isso me obriga a transcrever curtos excertos do memorável pronunciamento do senador Jarbas Vasconcelos:
"Volto a esta tribuna duas semanas depois da entrevista que concedi à "Veja", na qual analisei o quadro político do Brasil. Nesse período, li, vi e ouvi as mais diversas análises sobre as minhas palavras. Levantaram teorias conspiratórias, tentaram me descredenciar. Neste exato momento em que falo para os senhores e senhoras, sei que estão vasculhando a minha vida, investigando as minhas prestações de contas à Justiça Eleitoral e à Receita Federal.
Não tenho o que esconder (...).Essas iniciativas, que têm por objetivo me intimidar, não me surpreendem nem me assustam. Tenho 40 anos de vida pública. Fui Deputado Estadual, Deputado Federal, Prefeito e Governador, sempre com votações expressivas e com reconhecimento da maioria do povo de Pernambuco. A esses arapongas digo apenas que enfrentei coisas piores quando, na década de 1970, denunciei torturas e violências praticadas pela ditadura militar. Eles não me amedrontam. Mas uma coisa eu posso assegurar: sempre tive posições claras, mesmo nos momentos mais obscuros da história do Brasil.
Tenho ojeriza à passividade e à omissão.
O meu objetivo primordial foi atingido ao fazer com que uma parte expressiva da sociedade brasileira prestasse mais atenção no que ocorre no nosso País. Um quadro aterrador que até agora vinha sendo encoberto pelos bons resultados da economia. O resultado prático foi mostrar ao cidadão comum que vale a pena se indignar, que nem tudo está perdido, que compactuar com a corrupção não é pré-requisito para a carreira política.
Aproveito esta oportunidade para agradecer as milhares de correspondências que recebi em apoio a minha entrevista. Foram e-mails, cartas, telegramas, telefonemas. Expresso minha gratidão também pelas cartas enviadas aos jornais e à revista "Veja", as quais tive oportunidade de ler nos últimos 15 dias.
A impunidade estimula a corrupção, é um cancro que precisa ser extirpado. No Brasil dos dias atuais, a certeza da impunidade dá uma força muito grande a quem não agiu com lisura e correção. As pessoas se agarram aos cargos como um marisco no casco de um navio – não caem nem nas maiores tempestades.
Encerro o presente discurso com um elogio à CNBB, que, entre os temas da Campanha da Fraternidade deste ano, defende denunciar os crimes contra a ética, a economia popular e as gestões públicas, assim como a injustiça nos institutos da prisão especial, do foro privilegiado e da imunidade parlamentar para crimes comuns. É essa a postura que se espera da sociedade civil, das igrejas, das entidades de classe e da imprensa. A mudança de postura que se faz necessária no Congresso Nacional só virá pela pressão de todos.
O meu objetivo primordial foi atingido ao fazer com que uma parte expressiva da sociedade brasileira prestasse mais atenção no que ocorre no nosso País. Um quadro aterrador que até agora vinha sendo encoberto pelos bons resultados da economia. O resultado prático foi mostrar ao cidadão comum que vale a pena se indignar, que nem tudo está perdido, que compactuar com a corrupção não é pré-requisito para a carreira política.
Aproveito esta oportunidade para agradecer as milhares de correspondências que recebi em apoio a minha entrevista. Foram e-mails, cartas, telegramas, telefonemas. Expresso minha gratidão também pelas cartas enviadas aos jornais e à revista "Veja", as quais tive oportunidade de ler nos últimos 15 dias.
A impunidade estimula a corrupção, é um cancro que precisa ser extirpado. No Brasil dos dias atuais, a certeza da impunidade dá uma força muito grande a quem não agiu com lisura e correção. As pessoas se agarram aos cargos como um marisco no casco de um navio – não caem nem nas maiores tempestades.
Encerro o presente discurso com um elogio à CNBB, que, entre os temas da Campanha da Fraternidade deste ano, defende denunciar os crimes contra a ética, a economia popular e as gestões públicas, assim como a injustiça nos institutos da prisão especial, do foro privilegiado e da imunidade parlamentar para crimes comuns. É essa a postura que se espera da sociedade civil, das igrejas, das entidades de classe e da imprensa. A mudança de postura que se faz necessária no Congresso Nacional só virá pela pressão de todos.
Dois momentos importantes do pronunciamento de Jarbas:
ResponderExcluir1)"O exercício da política não pode ser transformado em um balcão de negócios. O que se vê hoje no nosso País é um sentimento de descrença com a impunidade corroendo as bases da democracia. O poder pelo poder leva ao quadro político degenerado, que hoje vivemos no nosso País, no qual a esperteza é mais valorizada do que a inteligência e a correção ética".
2) Quando cobrou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a instalação de uma auditoria independente para por "em pratos limpos" o que aconteceu recentemente com a Fundação Real Grandeza (fundo de pensão de Furnas e da Eletronuclear). "Essa deveria ser a atitude a ser tomada, e não a de deixar a poeira abaixar, esperando que a história seja esquecida, abafada por um novo escândalo, escândalos que têm se incorporado à paisagem nacional".
Meu caro Armando.
ResponderExcluirTodo brasileiro com mais de 30 anos conhece o Jarbas Vasconcelos e sabe que lhe deve respeito.
"O Deputado Federal Sílvio Costa fez pronunciamento na Câmara sobre o Srnador Jarbas, ambos de PE, os principais pagágrafos são:
ResponderExcluirOs senhores sabem que o bravo Deputado do PMDB, Ulysses Guimarães, ajudou a aprovar aqui, em 1988, a Constituição Cidadã. E a Constituição diz, em seu art. 37, Inciso II, que emprego público, só pode existir por concurso.
Pois bem, de forma esdrúxula — e está aqui o documento, porque eu não sou leviano. Eu acuso e mostro as provas — , o Senador Jarbas, no dia 23 de julho de 1992 — portanto, 4 anos após a Constituição determinar que emprego público, só por ser por meio de concurso — foi nomeado Procurador da Assembleia Legislativa de Pernambuco. E pasmem, brasileiros, pasmem, jovens do Brasil: um ano depois,ele pediu a aposentadoria, no dia 14 de julho de 1993. Está aqui o documento, que eu vou entregar à imprensa. (Exibe documentos.)
Pois bem. O último salário do marajá — e lá em Pernambuco já estão começando a chamá-lo de Marajarbas — , o último salário do marajá, agora em janeiro de 2009, foi de R$ 17.364,00. Eu não mostro o seu contracheque porque quem vai mostrá-lo é ele, porque esse dinheiro é depositado em conta bancária."
Fonte: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/
O "novo" Vestal da moral burguesa tem boquinha...
REPONDO A VERDADE
ResponderExcluirSobre a nota divulgada no “Vermelho” (Portal do PC do B) é lamentável que numa hora em que se inicia um movimento contra a corrupção na máquina pública brasileira, ao invés de apoiar a iniciativa, segmentos dão guarida a quem tenta macular a biografia do senador Jarbas Vasconcelos.
O deputado Silvio Costa, do PMN – PE,(observação: PMN é o Partido de Mobilização Nacional , um dos partidos nanicos do Brasil), conhecido desafeto – há longos anos, de Jarbas – Sílvio Costa foi desmentido no dia seguinte pelo secretário geral do PMDB de Pernambuco, deputado federal Raul Henry.
Segundo este último Jarbas Vasconcelos ingressou como servidor da Assembléia Legislativa de Pernambuco em 1962, como auxiliar de porteiro e que na época não havia concurso público. "Ele (Jarbas) era estudante secundarista e entrou no plano de carreira da Assembléia. Ascendeu, para Procurador, em 1992, e a promoção foi enquadrada dentro das normas legais sem nenhum favorecimento pois como advogado, deputado estadual e federal em várias legislaturas, prefeito de Recife (2 vezes),e governador de Pernambuco ele possui todas as atribuições para o exercício do cargo.
Esta a realidade dos fatos.
QUEM É SÍLVIO COSTA?
ResponderExcluirA deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) partiu em defesa de Jarbas Vasconcelos (PMDB), de quem foi secretária no governo de Pernambuco, numa resposta aos ataques do deputado federal Silvio Costa (PMN) envolvendo a polêmica entrevista do senador pernambucano à revista Veja. A parlamentar tucana alertou que o deputado pode ser cassado por supostamente ter emitido uma declaração de bens falsa à Justiça Eleitoral durante a campanha de 2006.
Em entrevista a uma rádio local, Terezinha Nunes alega que Silvio Costa caiu em contradição ao ter informado que seu patrimônio advém, sobretudo, das 14 escolas particulares que possui. No entanto, ela alega que a declaração de bens do parlamentar, disponível no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aponta que ele não tem patrimônio a declarar. "Quem mente para a Justiça Eleitoral está passível de cassação. O deputado Silvio Costa, que fica se colocando agora como palmatória do mundo, tem que ter cuidado com as coisas que ele diz. Ele está entrando em contradição tododia". A deputada da oposição também não poupou o filho do deputado, o secretário estadual de Turismo, Silvio Costa Filho (PMN). "O menino dele tem se destacado e não é culpado do pai que tem, mas também andou se envolvendo em coisas erradas na câmara de vereadores".
O "Jarbas" só presta para alguns como Vestal da moralidade porque apóia José Serra.
ResponderExcluirÉ da mesma estirpe dos "Robertos Freires" da vida.
Como disse
ResponderExcluirRoberto Ribeiro (01/03/2009 - 13:01)(publicado no Viomundo):
"Li no Blog do Josias, que o Senador Jarbas Vasconcelos está preparando um discurso, que fará no Senado, contra a corrupção.
Será líder de audiência na TV Senado, assunto não vai faltar:
Vai pedir uma investigação profunda do Caso Alstom no Governo de São Paulo.
Vai pedir uma investigação profunda no Escândalo da Merenda na Gestão Kassab/Alda Marco Antonio(PMDB/SP).
Vai alertar severamente o Grande Senador Pedro Simon(PMDB/RS), sobre o apoio dele, Simon, ao Governo de Yeda Crusius(PSDB/RS), do Rio Grande do Sul cujas denúncias de corrupção estão deixando os Gaúchos e os Brasileiros de cabelos em pé. (uma testemunha chave já apareceu morta).
Vai pedir ao Supremo Tribunal Federal, que esclareça perante à Nação o porquê de Daniel Dantas estar solto.
Vai pedir uma revisão sumária do processo de "roubatização" feito no governo FHC.
Vai pedir que a Companhia Vale do Rio Doce (roubada) volte para as mãos do Povo Brasileiro.
Etc, etc, etc, etc...
Vai antes, passar óleo de peroba no rosto..."
Fez nada disso não, Roberto. Fez não...
O Edmar Moreira, o do Castelo, deve levantar a cabeça, ir para casa e tocar a vida para frente. Olhem o meu caso, voltei para minha terra , algum tempo depois me candidatei a prefeito, o povo nem se lembrou e estou hoje aqui vitorioso e feliz. Palavras do Severino Cavalcante o chefe do mensalino, prefeito de uma cidade pernambucana. Hoje o Collor de Melo se elegue presidente da comissão de infra-estrutura do senado derrotando Ideli Salvatte do PT. Onde andam os carapintadas?
ResponderExcluirRoberto Freire? Ótimo gancho!
ResponderExcluirÉ o próprio presidente nacional do PPS quem escreveu: “Em 1962, ao ingressar no curso de direito da Universidade Federal de Pernambuco, com 19 anos, eu via Fidel Castro como a grande esperança da América Latina. O homem que tinha derrubado a ditadura de Batista, alinhado a revolução cubana com o comunismo e afrontado a maior potência bélica do mundo, os Estados Unidos. Esta foi uma das duas razões pelas quais ingressei no Partido Comunista Brasileiro, o Partidão. A segunda razão estava no Vietnã, onde outro comunista, Ho Chi Min, também desafiava os EUA”.
Roberto Freire não nega nem renega seu passado. Permaneceu no PCB até 1992 - o ano em que presidiu em São Paulo o último encontro do Partidão, quando ele foi dissolvido para dar lugar ao Partido Popular Socialista, o PPS. Eram os tempos da perestroika, de Mikhail Gorbachev, que resultou na queda da União Soviética e na falência da maior parte dos partidos comunistas ao redor do mundo.
Roberto Freire é um político probo, competente e antenado com as mudanças do mundo. Não ficou estagnado em idéias ultrapassadas. Continua socialista, mas sabe o rumo para onde o mundo caminha.
Pode-se discordar das opiniões de Roberto Freire ( e eu discordo) Não se pode, contudo, negar a coerência desse pernambucano provado em muitas lutas, nos tempos dificeis do regime autoritário.
Nem se pode obscurecer sua contribuição lúcida e inteligente para parte da nova esquerda brasileira-pós queda do Muro de Berlim.
Eu tenho muito respeito pela coerência de Roberto Freire...
Roberto Freire?
ResponderExcluirEle quis ser um renegado do socialismo, um "Gorbachov" brasileiro, mas nem isso conseguiu!
Uma matéria:
"Roberto Freire recebe jetons da prefeitura" .
''O presidente nacional do PPS, que posa e gosta de se apresentar como paladino da moralidade no país, recebe jetons no valor de R$ 12 mil mensais da prefeitura de São Paulo pela participação em dois conselhos municipais - Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) e SP-Turismo... O conselheiro assina atas de reuniões a que não comparece, com o agravante de que é integrante da turma do falso moralismo, da turma dos gigolôs da ética alheia''.
Segundo Altamiro Borges:
"O ex-deputado federal e atual presidente do PPS tem sido muito paparicado por tucanos e demos. Desde o final dos anos 80, quando da desintegração do bloco soviético, ele acelerou sua guinada à direita, convertendo-se num apologista do capitalismo. Após implodir o antigo ''partidão'', ele virou líder do governo neoliberal de FHC e um expoente do projeto de privatização e desmonte do Estado. No governo Lula, tornou-se um raivoso opositor, posando de vestal da ética. Chegou a defender o impeachment do presidente, acusando-o de estar metido no escândalo do mensalão - logo ele que, ironicamente, recebe jetons da prefeitura paulistana e reside em Pernambuco."
Uma dupla de vestais: Jarbas e Freire.
ResponderExcluirLamento informar, Prof. Darlan, que suas opiniões sobre os cidadãos Jarbas Vasconcelos e Roberto Freire não me interessam.
ResponderExcluirMantenho tudo o que disse sobre esses dois honrados homens públicos. É assim que a quase totalidade da população os vêem.
Também não creio que esse é o pensamento do seu PC do B para denegrir a imagem deles. Seria infantilidade demais para um partido que se apresenta como sério.
Deve ser um pensamento isolado.
Passar bem!
Prof. Armando Rafael,
ResponderExcluirEu não escrevi aqui para dizer ao senhor a minha opinião.
Nem estou preocupado com isso.
Em uma coisa o senhor tem razão, é a minha opinião. Não tem nada com o PCdoB. Minha mesmo.
O professor acha infantil? Tudo bem, ache como bem entender.
Já que a postagem no Blog é permitida, eu escrevo para os que o leem, nunca para o senhor.
E sobre o pomposo título e a exaltação desses dois políticos eu digo exatamente o contrário.
Nada demais.
Não gostou, ignore.
Saudações.
12 mil de jetons...
ResponderExcluirEita!
O texto abaixo faz parte de ampla matéria do novo número da VEJA sobre a reação de parte do PMDB sobre as denúncias de Jarbas:
ResponderExcluir"Ao denunciar, em entrevista a VEJA, que a maioria dos integrantes do PMDB usa o partido e a política para fazer negócios, o senador Jarbas Vasconcelos colocou-se como alvo natural de retaliações. Na semana passada, logo depois de ir a plenário e ratificar as acusações, ele foi afastado da Comissão de Constituição e Justiça. Na Câmara, um obscuro deputado levantou suspeitas sobre a aposentadoria do senador. Mas veio das sombras o ataque mais insidioso. Nesta terça-feira, Jarbas Vasconcelos ocupará mais uma vez o plenário para fazer uma nova e explosiva revelação: integrantes de seu partido, o PMDB, teriam contratado uma famosa empresa americana de investigação privada para grampear seus telefones, vasculhar sua biografia e vigiar os passos dele e de seus familiares. O objetivo seria encontrar algo que pudesse criar constrangimento ao parlamentar e, com isso, desqualificar suas denúncias. Jarbas vai pedir à Polícia Federal que apure o caso. "Já é inadmissível que arapongas vasculhem a vida de um senador da República. Mas é um escândalo descomunal imaginar que a contratação dos espiões tenha partido daqui", diz o senador, referindo-se ao Congresso."
E por falar em corrupção, a entrevista de Jarbas impediu, pelo menos, que dois objetivos traçados pelos corruptos não fosse concretizado:
ResponderExcluir1º) Fracassou o plano do PMDB se apossar do comando do fundo de pensão Real Grandeza. Funcionários e a imprensa cairam em campo e o presidente Lula foi obrigado a interromper a manobra;
2º) O diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, homem de confiança de Sarney e do senador Renan Calheiros teve de renunciar ao cargo depois que veio a público o fato do mencionado cidadão possuir uma mansão, avaliada em 5 milhões de reais, nunca declarada à Receita.