O anúncio hoje da OMS classificando gripe suína mexicana em nível 5 é o reconhecimento que a mesma já é uma pandemia. O vírus já circula em diversos países e continentes, já se transmite sem depender da fonte mexicana, restando saber a intensidade e extensão com a qual atingirá as pessoas.
O vírus da atual pandemia é o influenza de sorotipo A e subtipo H1N1. O influenza se divide em 4 sorotipos (também chamados gêneros na taxionomia clássica) A, B, C e Thogotovirus. Todos os sorotipos podem atingir humanos. O subtipo H1N1 representa um dos subtipos das combinações possíveis da glicoproteína N e H. São conhecidos 16 subtipos para N e nove subtipos para H. Em outras palavras a variabilidade destes vírus é enorme e nunca é possível uma vacina universal para todos eles. Na atual pandemia as vacinas levarão até seis ou oito meses para serem desenvolvidas. Não é incomum que a vacina chegue após a maior intensidade do “fogo”.
De qualquer modo uma determinada combinação destes subtipos costuma se adaptar ao ser humano e permanecer em circulação por vários anos. Este é o motivo pelo qual todos os anos o Ministério da Saúde do Brasil vacina a população de idosos contra tais vírus circulantes. A atual vacina não tem efeito protetor para esta pandemia, mas protege contra o vírus já efetivamente circulante no país. Por isso a campanha de vacinação será continuada buscando atingir as metas necessárias.
A tendência do vírus influenza em promover pandemias (epidemias mundiais) deve-se em primeiro lugar à sua natureza infecciosa de vias respiratórias, se transmitindo facilmente pelo ar e por objetos contaminados. Em segundo lugar decorre da intensa movimentação humana entre os continentes, especialmente a partir do comércio mundial pós-industrial. Nos últimos 200 anos já foram identificadas 10 pandemias. Uma das mais conhecidas foi a gripe espanhola de 1918-1919 (anos da primeira guerra mundial), foi do tipo A e subtipo H1N1 (não o mesmo vírus atual, pois cada uma destas combinações dos subtipos possuem variações genéticas cruzadas), mas curiosamente começou na América do Norte (EUA) e tendo como reservatório o suíno (a seguir esta questão será melhor esclarecido em relação ao modelo aviário). A última grande pandemia foi a de 1968 (Hong Kong) com o tipo A e subtipo H3N2. Guarde este subtipo que terá importância a seguir. Considere, também, que vários sorotipos e subtipos continuaram provocando surtos e epidemias em várias países ao longo dos últimos anos.
O modelo de desenvolvimento e variabilidade do vírus envolve várias espécies de animais, especialmente aves, porcos, cavalos, mamíferos aquáticos entre outros. O modelo quando se refere aos humanos parece envolver, mais uma vez a economia. A intensidade da criação de aves e porcos para o abate se encontra na raiz da linha humana. O modelo leva a considerar a origem de quase todos os subtipos que atingem os humanos como oriundos de aves aquáticas, que espalham o vírus num largo horizonte intercontinental e se fixam no criadouros dos animais para abate. Então a granja e as pocilgas estão para a essência do modelo, como a aglomeração humana nas cidades é para a rápida transmissão interpessoal (pelo ar e perdigotos).
Então o modelo de decisão em Saúde Pública passa necessariamente pela questão do interesse econômico que envolve grandes empresas e grandes criadouros daqueles animais. Por isso é que incide uma feroz crítica à atual pandemia e envolve a Organização Mundial de Saúde, não sem razão liderada por asiáticos na atualidade. É que o modelo que apontava o caminho de uma nova pandemia já estava “anunciado” com a gripe de Hong Kong. A revista Science já identificara que o porco era um elo essencial para “forjar” no seu organismo o vírus aviário, tornando-o “apto” na adaptação humana e ampliando a própria virulência do H1N1 (subtipo dos suínos). Já havia a identificação de um aumento de virulência numa epidemia de porcos nos EUA em que se identificara que o subtipo H1N1 possuía genes do H3N2 da epidemia de Hong Kong.
Então fica claro que o ensaio da revista apontava uma linha para controlar a atual pandemia no interior dos criadouros de porcos. Se não fosse o Laissez Faire dos anos 90, quando o Estado Mínimo da Era Reagan considerava o Mercado acima de todos e as atividades econômicas um rolo compressor da sociedade, seria bastante provável que atual epidemia não estivesse ajuizando ainda mais a grande crise provocada por esta era.
O vírus da atual pandemia é o influenza de sorotipo A e subtipo H1N1. O influenza se divide em 4 sorotipos (também chamados gêneros na taxionomia clássica) A, B, C e Thogotovirus. Todos os sorotipos podem atingir humanos. O subtipo H1N1 representa um dos subtipos das combinações possíveis da glicoproteína N e H. São conhecidos 16 subtipos para N e nove subtipos para H. Em outras palavras a variabilidade destes vírus é enorme e nunca é possível uma vacina universal para todos eles. Na atual pandemia as vacinas levarão até seis ou oito meses para serem desenvolvidas. Não é incomum que a vacina chegue após a maior intensidade do “fogo”.
De qualquer modo uma determinada combinação destes subtipos costuma se adaptar ao ser humano e permanecer em circulação por vários anos. Este é o motivo pelo qual todos os anos o Ministério da Saúde do Brasil vacina a população de idosos contra tais vírus circulantes. A atual vacina não tem efeito protetor para esta pandemia, mas protege contra o vírus já efetivamente circulante no país. Por isso a campanha de vacinação será continuada buscando atingir as metas necessárias.
A tendência do vírus influenza em promover pandemias (epidemias mundiais) deve-se em primeiro lugar à sua natureza infecciosa de vias respiratórias, se transmitindo facilmente pelo ar e por objetos contaminados. Em segundo lugar decorre da intensa movimentação humana entre os continentes, especialmente a partir do comércio mundial pós-industrial. Nos últimos 200 anos já foram identificadas 10 pandemias. Uma das mais conhecidas foi a gripe espanhola de 1918-1919 (anos da primeira guerra mundial), foi do tipo A e subtipo H1N1 (não o mesmo vírus atual, pois cada uma destas combinações dos subtipos possuem variações genéticas cruzadas), mas curiosamente começou na América do Norte (EUA) e tendo como reservatório o suíno (a seguir esta questão será melhor esclarecido em relação ao modelo aviário). A última grande pandemia foi a de 1968 (Hong Kong) com o tipo A e subtipo H3N2. Guarde este subtipo que terá importância a seguir. Considere, também, que vários sorotipos e subtipos continuaram provocando surtos e epidemias em várias países ao longo dos últimos anos.
O modelo de desenvolvimento e variabilidade do vírus envolve várias espécies de animais, especialmente aves, porcos, cavalos, mamíferos aquáticos entre outros. O modelo quando se refere aos humanos parece envolver, mais uma vez a economia. A intensidade da criação de aves e porcos para o abate se encontra na raiz da linha humana. O modelo leva a considerar a origem de quase todos os subtipos que atingem os humanos como oriundos de aves aquáticas, que espalham o vírus num largo horizonte intercontinental e se fixam no criadouros dos animais para abate. Então a granja e as pocilgas estão para a essência do modelo, como a aglomeração humana nas cidades é para a rápida transmissão interpessoal (pelo ar e perdigotos).
Então o modelo de decisão em Saúde Pública passa necessariamente pela questão do interesse econômico que envolve grandes empresas e grandes criadouros daqueles animais. Por isso é que incide uma feroz crítica à atual pandemia e envolve a Organização Mundial de Saúde, não sem razão liderada por asiáticos na atualidade. É que o modelo que apontava o caminho de uma nova pandemia já estava “anunciado” com a gripe de Hong Kong. A revista Science já identificara que o porco era um elo essencial para “forjar” no seu organismo o vírus aviário, tornando-o “apto” na adaptação humana e ampliando a própria virulência do H1N1 (subtipo dos suínos). Já havia a identificação de um aumento de virulência numa epidemia de porcos nos EUA em que se identificara que o subtipo H1N1 possuía genes do H3N2 da epidemia de Hong Kong.
Então fica claro que o ensaio da revista apontava uma linha para controlar a atual pandemia no interior dos criadouros de porcos. Se não fosse o Laissez Faire dos anos 90, quando o Estado Mínimo da Era Reagan considerava o Mercado acima de todos e as atividades econômicas um rolo compressor da sociedade, seria bastante provável que atual epidemia não estivesse ajuizando ainda mais a grande crise provocada por esta era.
Ótimo e esclarecedor o artigo. Indo às raizes do problema a gente fica cada vez mais ciente que na maior parte das epidemias e catástrofes existem forças que vão bem além do mero acaso.
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