domingo, 17 de maio de 2009

"Espelhos: uma história quase universal"

"Os espelhos estão cheios de gente.
Os invisíveis nos vêem.
Os esquecidos nos lembram.
Quando nos vemos, os vemos?
Quando nos vamos, se vão?

Renascem os mortos, os anônimos têm nome:
os que ergueram os palácios e os templos de seus senhores;
as mulheres, ignoradas pelos que ignoram o que temem;
o sul e o oriente do mundo, desprezados
pelos que desprezam o que ignoram;
os vários mundos que o mundo tem e oculta;
os que pensam e os que sentem;
os curiosos, condenados por perguntar, os rebeldes
e os perdedores, os loucos lindos que foram e são
o sal da terra."



P.S. : Este texto é uma chamada para o livro Espelhos: uma história quase universal, de Eduardo Galeano, que está no site da Siglo XXI Editores. O autor? Sei lá. Não resisti à tentação de postá-lo aqui.

3 comentários:

  1. Desculpe eu não tinha visto o pós-escrito, mas continua valendo o sentido geral das coisas.

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  2. Chagas: meti-me em confusão. Fiz um comentário no poema anterior e ao retornar para a página principal terminei por me encontrar no final desta postagem. E aí vi o pós-escrito, o comentário está válido na postagem correta.

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  3. Caro José,

    Quando vi esse texto, pensei, como eu gostaria de tê-lo escrito. Mas não custa nada compartilhá-lo com outras pessoas. O autor, seja lá quem for, não se incomodaria (será?) em saber que alguém furtou suas palavras, não para manter-lhes a posse, mas para compartilhar a beleza que elas têm.

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