Dó de mim.
Dó do mundo.
Dó das paredes invernosas -
O longo bigode da teia de aranha
não mais agasalha o teto.
É tudo mofo.
É tudo morte.
Nem a pia limpa
nem os dentes escovados
salvam-me alma.
Dó das plantas na varanda.
Dó do espelho embaçado.
Dó da vassoura piaçava -
Sempre com seus sapatos velhos.
É tudo mofo.
É tudo morte.
Nem a covardia da lágrima presa
nem a rede balançando
salvam-me a alma.
Dó das vozes dos fantasmas na calçada.
Dó do vizinho guardando a louça do jantar.
Dó dessa noite.
É tudo mofo.
É tudo morte.
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