Se sobra um pouco de luz
debaixo da cama
trago o teto cinzento
para tapar-me os olhos.
Se resta um pouco de luz
dentro do guarda-roupa
trago a parede suja
para tapar-me os olhos.
Meus escombros
esquecidos na esquina
nem os cães cheiram
nem os bêbados vomitam.
Esta lamúria dominical, que tanto pode ser a pessoa quanto o dia, me remeteu para uma cena. O Domingos, num domingo, à tarde, tentando dormir. As réstias libertas desta cidade da luz, infernizando este poeta e ele nos brindando com um belo poema, sem cães e bêbados, apenas nós examinando seus escombros.
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