sexta-feira, 5 de junho de 2009

Brejeiro

Quando ignorante
pensava eu

que o Deus do outro
mais forte
que o meu.

Percebo agora
que o Deus do próximo

tão rasteiro
quanto minha loucura
é inócua.

Não há embates
entre Deuses.

Existem mentes doentias
cuja enfermidade metástase
com a convivência pecaminosa.

Falta-me coragem
para assumir outro caminho.

Armar minha cela
no inebriante Pântano.

Esperar cuidadoso
que me venham as sombras
das serpentes
e o desespero dos sapos.

Esqueçam meus versos
com a minha morte.

Sumido debaixo da terra
apenas hei de engordar os vermes.

Minha alma
não muito boa
para um trago.

Minha cabeça
anda tão maltrapilha
para se acender um baseado.

E a pobre clavícula
não suporta outro
coração apertado.

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