quarta-feira, 17 de junho de 2009

Caolho

Vou juntando os dedos
os ossos, as asas tortas

pondo tudo no lixo
junto com palavras
e garrafas vazias.

O meu coração tem um poço encantado
onde meus olhos não enxergam
as lágrimas derramadas.

Detestável um céu sempre azul
com pássaros brincalhões e gentis.

Procuro meu corvo de curvo bico
afiado entre as barras de ferro.

A porta aberta não engana
a minha gralha neurótica -

primeiro rompe a grade
para só mais tarde
bater asas.

Consigo leva tantos fungos
e tantas manchas na plumagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário