Vou juntando os dedos
os ossos, as asas tortas
pondo tudo no lixo
junto com palavras
e garrafas vazias.
O meu coração tem um poço encantado
onde meus olhos não enxergam
as lágrimas derramadas.
Detestável um céu sempre azul
com pássaros brincalhões e gentis.
Procuro meu corvo de curvo bico
afiado entre as barras de ferro.
A porta aberta não engana
a minha gralha neurótica -
primeiro rompe a grade
para só mais tarde
bater asas.
Consigo leva tantos fungos
e tantas manchas na plumagem.
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