segunda-feira, 29 de junho de 2009

Deixem o Parque em Paz - por Jurandy Temóteo

Entre as novas exigências do Ministério da Educação, para que a URCA seja renovada sua autorização de funcionamento como universidade, é preciso que ela tenha, em plena atividade, até a próxima inspeção do MEC: um curso de doutorado e três de mestrado.Do contrário, a URCA regride; retrocede de universidade para instituto.

Causou espanto e apreensão a divulgação pelo secretário Camilo Santana, no noticiário de maior audiência da Rádio Educadora, da pretensa mudança pelo governo Cid Gomes, do Parque Permanente de Exposições Agropecuárias do Crato.
Alegar que aqueles hectares com milhões de reais investidos em sua infra-estrutura seriam destinados à ampliar o Campus do Pimenta, da URCA, e de que o Parque de Exposições tem de sair da cidade, indo para uma área - que não tem nada - anexa ao Juazeiro, são desculpas inconsistentes e inconvenientes aos interesses do Crato.Contrários a mudança já se pronunciam o prefeito Samuel Araripe, a Câmara Municipal do Crato, a Associação Comercial do Crato, o CDL - Clube de Dirigentes Lojistas do Crato, o advogado e agropecuarista Raimundo de Oliveira Borges, a revista A Província, o cronista Pedro Esmeraldo.
Em Uberaba (MG), onde acontece há mais de 60 anos, a maior feira de exposições de Zebu do mundo, o parque é dentro da cidade e só tem causado benefícios para aquela população urbana; nem se cogita em mudá-lo.
Como é que se pretende relegar patrimônio tão grande - o do Parque Permanente de Exposições Agropecuárias do Crato, no Pimenta -, que vem se consolidando por mais de meio século, e é hoje a maior festa popular, no gênero, do interior do Nordeste e a quinta, em importância, do Brasil, para vê-la, a contra-gosto, anexada, impositivamente, ao Juazeiro?
A quase totalidade dos cratenses que não está comprometida com interesses mesquinhos, em detrimento da nossa comunidade, posiciona-se contra esta nociva pretensão.Respaldar-se nesta falsa premissa de ”beneficiar” a URCA é esconder o problema maior desta universidade. Aliás, ela já tem, dentro do parque, um pavilhão cedido, há mais de seis anos, mal aproveitado, passando a maior parte do ano fechado.
O prefeito Samuel Alencar Araripe ofertou para a URCA alguns hectares, no Muriti, em terreno contíguo onde estão construindo o Centro de Convenções, a Faculdade Católica e o Campus do Crato, da UFC. Por que o desinteresse em receber esta doação?
Respaldar-se numa falsa premissa de ”beneficiar” a URCA anexando o Parque Permanente de Exposições é desviar o foco do problema maior - este sim, angustiante - da Universidade Regional do Cariri.
Que a nossa população agora saiba, sem se esconder a Verdade: o problemão da URCA é o da própria sobrevivência.
Entre as novas exigências do Ministério da Educação, para que a URCA seja renovada sua autorização de funcionamento como universidade, é preciso que ela tenha, em plena atividade, até a próxima inspeção do MEC: um curso de doutorado e três de mestrado.

Mas . . . só existe um de mestrado e nenhum de doutorado. Com o agravante de que, há cada semestre, ela vem perdendo seus mestres e, principalmente, seus doutores, inviabilizando projetos de pesquisas indispensáveis para captação de recursos, credenciamento, credibilidade e sobrevivência desta nossa instituição de ensino superior.

Do contrário, a URCA regride; retrocede de universidade para instituto.A hora agora é de salvar a URCA e deixar o Parque Permanente de Exposições Agropecuárias do Crato em paz.

Um comentário:

  1. "Parabéns" aos acéfalos conterrâneos, perdoem-me a forma reacionária e apolítica de opinar, que não tiveram a iniciativa de,ao menos, anularem seus votos na última eleição.

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