segunda-feira, 1 de junho de 2009

A ÉTICA E AS RELIGIÕES

A ética é o substantivo que parece compreensível à primeira audição e, no entanto, tem diversa variação. É que na verdade ela é um ramo da filosofia como a lógica, a metafísica e a epistemologia. Sendo o estudo filosófico da moralidade, humana em relação a outro humano, seja a extração de um pensamento, de uma prática ou patrimônio, a verdade é que a ética nestes tempos globalizados é a tolerância com aS diferençaS entre tantos.

Por isso mesmo seitas, religiões, partidos, etnias, entre outras formas agrupar, não raro tendem para a exclusão. Especialmente as religiões cujo estranhamento principal é ao outro que não recebeu suas revelações morais. Todas elas possuem enormes problemas éticos no sentido anteriormente citado.

Quando o grupo fechado se opõe ao outros ou ao conjunto social, estamos diante da possibilidade de desvios éticos terríveis. A primeira delas é que a organização por uma real necessidade de se autopreservar, tende a esconder desvios de seus membros, pois a exposição deles atinge a instituição em cheio. Eis o principal motivo pelos quais a Igreja Católica foi tão positivamente criticada com a questão dos desvios sexuais de alguns sacerdotes. Aliás, só a título de exemplificação regional, há pouco mais de uma semana publicamos (eu e José Libório) um relato contundente sobre tais fatos no blog do Crato. Tão contundente que tivemos de encerrar o relato com uma piada do rememorado Ramiro.

A questão básica não é se enumerar os males humanos e até chegar-se à impossibilidade de controlá-los no campo moral. Se fosse assim, os males existissem como fator irremovível, bastava-se apenas deixar de invocá-los como tais e os males virarem o bem. A verdade é que o maniqueísmo goza de grandes dificuldades entre nós desde o renascimento.

Não existe um mal absoluto e nem um bem absoluto. Sabemos que nem com as regras mosaicas isso é verdade, basta o mandamento “não matarás” se tornando admissível como ato de defesa. Claro que uma vez acordada pelo menos em maioria ela tende a ser aplicada e até a historicamente perdurar. Mas é impossível desconsiderar que a regra é uma criação humana, dificilmente de matriz divina, embora possa até ocorrer na esfera mental de uma relativa divinização. Porém sempre superável em circunstâncias, cultura, espaço e tempo.

Nesta mesma linha é que o primado do verbo absoluto também se desidratou. Sofrendo as doutrinas, atos de fé, filiações, entre tantas categorias que caracterizavam modos de condução, um enorme e contínuo esmerilhamento. A tomada de pulso não é o ódio ao passo de todas as coisas, é justamente a capacidade de pensar a história destes passos. Não como um curso sem mudanças, pois exatamente é a mudança própria das passagens que nos oferece a possibilidade de novos rumos ao leito.

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