quinta-feira, 4 de junho de 2009

O BARCO DE DEUS: A TRAVESSIA NO OCEANO DA VIDA

Certa vez 20 pessoas atravessavam um grande mar conhecido com o estranho nome de “Vida”. Boa parte de seus integrantes eram homens. Não havia crianças. O barco seguia seu rumo normal quando o capitão detectou algo estranho no barco e na travessia. Assim afirmou o capitão do barco, que era o mais experiente e, portanto, o mais antigo naquele tipo de aventura: “Creio que estamos dando voltas e além disso sinto que o barco está começando a afundar”. O seu pronunciamento foi uma “bomba” na cabeça dos demais. O pânico foi geral! Houve um corre-corre, cada um querendo arranjar um meio de se salvar, mas não havia salva-vidas em quantidade suficiente e muito menos recursos para sair daquela situação senão a de consertar o barco que balançava perigosamente naquele mar turbulento. Então, o que é normal, começaram a questionar a causa do problema. Uma comissão foi formada para averiguar e detectar as falhas que poderiam estar causando o afundamento. O grupo formado as pressas saiu para fazer um “estudo de caso e de campo”. Depois de algumas horas, o grupo voltou e dirigiu-se ao capitão do barco e um deles em nome do grupo disse: “Caro capitão, não existe evidências concretas de rachaduras ou furos no barco, mas detectamos que de fato o barco está afundando. Acreditamos que deve ser devido ao peso excessivo e sua distribuição que está mudando o centro de gravidade do barco. O mais prudente seria que uma parte dos integrantes tenha que ser sacrificada e lançada ao mar. Pelo nosso cálculo metade dos integrantes, junto com os seus pertences, terá que ser sacrificada imediatamente!”. E novamente, o pânico e com ele as queixas e acusações mutuas. Logo, se formou naquela confusão dois grupos distintos: os do lado direito e os do lado esquerdo do barco. Os do lado direito foram denominados de idealistas e moderados, e os do lado esquerdo, por sua vez, foram denominados de realistas e radicalistas. Os idealistas afirmaram que os realistas-radicalistas eram pobres de espírito e que sempre estiveram preocupados com questões apenas de seus interesses econômicos e utilitários. E que, portanto, deveriam ser sacrificados porque na travessia do mar da vida se exige sempre moderação, equilíbrio e persistência num ideal nobre o que esse grupo não tinha. Imediatamente o grupo rival se pronunciou na fala de seu representante dizendo: “Creio que os idealistas-moderados estão completamente enganados a respeito de nossos atos e pensamentos. E além disso, é preciso termos consciência de que o sucesso da travessia no mar da vida, depende de homens com os “pés no chão” para se enfrentar com coragem os desafios que a vida nos cobra sempre. E para isso, precisamos de homens pragmáticos, racionais e fortes de personalidade, o que o grupo dos idealistas-moderados infelizmente não possui. A travessia no mar da vida exige determinação e pragmatismo e sem isso afundamos nas nossas idéias vazias de conteúdos concretos”. A polarização formada impedia a realização de um consenso para se agir enquanto era tempo. O bate-boca se prolongou ainda por meia hora. A tensão entre eles foi aumentando. E a confusão se instalou de vez. Os moderados não conseguiam ser moderados e os realistas muito menos conseguiam encontrar um fio de realidade naquilo que falavam. Assim, o diálogo foi perdendo força e poder de compreensão. Os ânimos foram se alterando e inevitavelmente o impulso animal, latente em cada um, veio a tona e o conflito físico aconteceu. De modo que, após alguns minutos de luta ferrenha, metade daquela tripulação fora lançada na água. A água gelada e as ondas bravias imprimiam um grito de terror na alma dos que lá se encontravam jogados a própria sorte. No interior do barco, o capitão tentava a todo custo acalmar os ânimos. Contou-se quantas pessoas de cada lado haviam sido lançadas nas águas do mar da vida. Constatou-se que metade de cada lado fora jogada ao mar. O capitão novamente pediu, ou seja, implorou que novamente uma comissão formada por ambos os grupos avaliasse os efeitos da diminuição do peso. E logo, a comissão voltou com um parecer igual ao parecer exterior-anterior, ou seja, a situação de perigo continuava a mesma: o barco continuava a afundar no mar da vida! Disse o capitão: “Agora somos apenas dez: cinco de cada lado”. E continuou dizendo: “Porque como fui eu que projetei o barco e tenho mais experiência do que vocês, devo ficar até o fim para tentar salvar o barco e aqueles que forem lançados ao mar”. A sua tese foi logo refutada por um integrante do grupo rival. Esse último afirmou: “A questão não é de experiência e antigüidade no posto. A questão mesmo está no entendimento da construção do barco. E nesse ponto eu participei diretamente da construção do barco, portanto, tenho razões fortes para continuar no interior dele”. Um outro integrante afirmou também que ajudou na construção dos mastros. E que, portanto, evidenciava a importância de sua permanência ali. E assim cada um foi apresentando suas justificativas para permanecer na condição de incluído, ou seja, ninguém queria ser excluído do barco e da travessia. Um deles, percebendo que seria difícil chegar a um acordo de quem deveria ser sacrificado argumentou usando a máxima de Jesus Cristo dizendo assim: “É preciso ter coragem como teve Jesus Cristo. Devemos lembrar o que Jesus Cristou deixou de sabedoria para a humanidade quando disse que “deveríamos dar a vida para salvar nossas ovelhas””. O capitão não gostou dessa colocação afirmando que isso era pura retórica, uma vez que Cristo havia colocado num contexto diferente daquele em que eles estavam passando. A sensação de perigo aumentava com as águas entrando lentamente no barco. Algo deveria ser feito. A água entrava e ninguém sabia como ela de fato conseguia porque não havia rachaduras ou furos aparentes. Por isso mesmo, alguém chegou a afirmar que Deus estava testando a fé de todos. Um outro integrante pediu que todos se ajoelhassem e rezassem. O que não foi atendido. A maioria queria uma resposta racional para aquele problema. Então, como não conseguiam compreender as razões concretas continuaram na idéia de que o problema estava no peso excessivo do barco. A cada minuto cada um dos integrantes sentia o que os outros na água fria sentiam: o desespero de ter que lutar contra o mar da vida. E assim, uma nova luta aconteceu e três de cada lado dos grupos foram lançados ao mar bravio. Só restaram quatro, inclusive, o capitão. O barco ficou mais leve e nem mesmo assim ele deixou de continuar afundando. E agora? A ciência daqueles homens não conseguia dar uma explicação racional. Por que estamos afundando? Aonde erramos? O que fazer? Até que um deles, teve um “insight” magnífico e afirmou: “Será que não estamos com um modelo nas nossas cabeças que impede de formularmos um outro tipo de hipótese-causa?”. Os outros concordaram com essa visão. Então, os quatro decidiram se jogar nas águas também para testar a hipótese. O que foi feito. E puderam perceber que o barco continuava a afundar. Voltaram ao barco e ajudaram a todos a entrarem de novo no barco. E todos foram de novo resgatados com vida. E juntos com calma meditaram a respeito! E um eles se ajoelhou, meditou, rezou e clamou por misericórdia divina. Uma voz interior muito doce, sábia e intuitiva afirmou: “Meu Filho Eu não quero que vocês percam, sacrifiquem ou joguem fora o corpo, mas diminuam o peso do ego que está excessivo demais no barco que Criei, com as mãos de vocês, para fazer vocês atravessarem o Mar da minha Vida. Joguem fora, ou seja, reduzam ou anulem (transcendam) mais os seus egos e sigam-Me, pois Eu Estou-Sou na paz e no entendimento da Minha Bela Aventura”. E foi assim que todos foram milagrosamente salvos: o barco deixou de afundar. E todos fizeram a travessia tranqüilamente. Qualquer semelhança dessa história com os conflitos no mundo é pura VERDADE! NÃO DUVIDE DA FÉ em si mesmo!

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