Um poeta do lado errado na cor dos olhos tem revolta e saliva
para quem a poesia é só um jeito diferente do descontente
A cidade longe assim não engana com promessas de marfim
ouvidos de dúvida e a verdade pirateada
que atravessa meu coração nos olhos lindos da moça do outdoor
Estou do lado da dor, poesia que só quer arte na criança
na luz dilacerante da tarde entre carros e cretinice
Na beira a cidade perde as cores de calor, um tom glacial emana dos condomínios
para mostrar o que são na real: o avesso da compaixão
A cidade é isso...
E eu sou um poeta no escuro
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