quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A falência da representação



Entrevista de Mário Vargas Llosa reproduzida no Terra Magazine. Me lembrou cazuza: "Eu não posso fazer mal a ninguém, a não ser a mim mesmo".


Olhe, Paul Válery disse algo assim: "Nada mata tanto um homem quanto ser o representante do seu país". Eu não represento nada nos meus artigos, só a mim mesmo.Escrevo a partir das minhas convicções. Não pertenço a um partido político, nem falo em nome de qualquer ideologia ou instituição. Posso errar. Sim. Com certeza erro muitas vezes, mas não tenho a pressão de ter que falar como porta-voz ou como representante de alguma instituição, comunidade ou país. Desde que comecei a escrever, sempre acreditei que a vocação literária não pode ser separada de um compromisso cívico. Naquela época, falava-se do "compromisso do escritor" como algo aceito pela maioria. Eu me formei naquela época. Embora tenha mudado em muitos aspectos, não mudou a minha convicção de que o jornalismo é a minha forma de participar do debate cívico e político, defendendo e criticando certas coisas, ou para mostrar outros tipos de questões. Penso que essa relação entre a vida cotidiana é positiva para um escritor que não entende a literatura como um mundo isolado. Eu sou apaixonado pela literatura, a minha verdadeira vocação é a de ser escritor. Mas se há um aspecto que me comove na literatura, nos livros que admiro, é que esses livros me fazem ver o mundo no qual estou de uma forma mais clara.

4 comentários:

  1. Maurício de volta ao trabalho. Andou de férias em alguma universidade fora da Bahia. Chegou com o Vargas Llosa que como todo bom ficcionista, ficciona até mesmo o próprio papel político. Bem vindo Maurício.

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  2. Obrigado, Zé do Vale.Mário Vargas Llosa com político é um bom romancista. O mesmo não posso dizer de Sarney.

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  3. Hoje eu quase postei, à moda MT, uma única manchete:

    POR ONDE ANDARÁ MARURÍCIO TAVARES?

    Mas, eis que Maurício reaparece, saindo da toca.

    Turbulências e cabeças rachadas nos esperam...

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  4. Carlos
    Tô de volta. Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo mas aprendendo a jogar.

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