terça-feira, 11 de agosto de 2009

Graça Melancólica

Emagreci.
Fiquei amarelo.
Lombriguento.

Andava pelos cantos
com os olhos lacrimejantes
feito elefante diante dos seus mortos.

E eis que ressurge o lunático
com sua corcunda altiva
com sua miopia exuberante.

O mundo e o eterno devir de Heráclito.
Minha vida a mesma tolice de sempre.

Verdade sem existência.
Tão somente um vento.
Uma cortina que se abre.

3 comentários:

  1. Poeta, Camarada e Irmão,

    Estou achando suas poesias, ultimamente, carregadas de tristeza, culpa e autoflagelação.

    Não que não goste. Ao contrário. Gosto muito do que escreve, indepedente da moral ou do sentimento que lhe são intrínsecos.

    Espero apenas que seja um exercício passageiro de expiação e que você volte igualmente a falar daquela formiguinha e outros bichinhos que povoam o seu cotidiano.

    Grande abraço. Saúde e paz.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Rafael,
    meu camarada e meu irmão

    as formiguinhas agora
    apenas as que saem da minha boca
    quando acordo debaixo da cova

    Sei que tudo que sai do teu coração
    a mim é profundamente sincero

    abraço-te por isso.

    Oxalá em novembro
    (no mês dos mortos)
    eu acorde
    e dê um pulinho
    ao meu crato
    à minha craterdã.

    Um forte abraço.

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