TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Graça Melancólica

Emagreci.
Fiquei amarelo.
Lombriguento.

Andava pelos cantos
com os olhos lacrimejantes
feito elefante diante dos seus mortos.

E eis que ressurge o lunático
com sua corcunda altiva
com sua miopia exuberante.

O mundo e o eterno devir de Heráclito.
Minha vida a mesma tolice de sempre.

Verdade sem existência.
Tão somente um vento.
Uma cortina que se abre.

3 comentários:

Carlos Rafael Dias disse...

Poeta, Camarada e Irmão,

Estou achando suas poesias, ultimamente, carregadas de tristeza, culpa e autoflagelação.

Não que não goste. Ao contrário. Gosto muito do que escreve, indepedente da moral ou do sentimento que lhe são intrínsecos.

Espero apenas que seja um exercício passageiro de expiação e que você volte igualmente a falar daquela formiguinha e outros bichinhos que povoam o seu cotidiano.

Grande abraço. Saúde e paz.

Domingos Barroso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Domingos Barroso disse...

Rafael,
meu camarada e meu irmão

as formiguinhas agora
apenas as que saem da minha boca
quando acordo debaixo da cova

Sei que tudo que sai do teu coração
a mim é profundamente sincero

abraço-te por isso.

Oxalá em novembro
(no mês dos mortos)
eu acorde
e dê um pulinho
ao meu crato
à minha craterdã.

Um forte abraço.