quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Os fatos do dia

O discurso de Sarney e o Senado Federal

Sarney discursou como um verdadeiro senador da república. Usou do talento literário que muitos não atribuem possuir. O que disse Sarney: sou igual a qualquer um de vocês, no nepotismo, nos atos secretos, no uso do patrimônio público. Nenhum Senador contestou-o. Se prestarmos atenção ao Arthur Virgílio apenas causos por reparo. Nenhum Senador levantou-se e se diferenciou de Sarney. Ninguém por dignidade negou que se igualasse a ele. Nem os chamados éticos e nem os emporcalhados pelas notícias da mídia. Foi um silêncio absoluto de concordância.

Ao final da sessão o Presidente saiu pelos corredores como numa cena do velho Senado Romano, cercado de seus partidários, desfilando como faz um senador. Enquanto isso os adversário não tiveram nem um Brutus para consumar os fatos prometidos. Afinal o assassinato de César não foi a favor de Roma, apenas resolvia a disputa privada entre os membros do Senado.

Mentiras na instalação de bases dos EUA na Colômbia

O presidente da Colômbia mantém o país atrelado à política externa Americana. Autorizará a presença militar desta nação imperial em seu país. O motivo para tais bases é o combate ao narcotráfico e à guerrilha. Vamos aos fatos?

É mentira. O combate ao narcotráfico é por cooperação civil como forma de sufocar a parte econômica da produção e distribuição. O sistema financeiro transfere a moeda do lucro das drogas e se pode sufocá-lo se abandonar estas benesses de paraísos fiscais. Evidente que existe uma forma violenta de destruir as bases de produção e distribuição, mas esta é uma tática dentro da estratégia global de sufoco à produção e ao tráfico.

O governo Colombiano pode ter montanhas de razão ao combater as guerrilhas, especialmente as FARCs. Essa é uma luta tipicamente interna, feita por colombianos e no intuito da paz. É evidente que a desmobilização da guerrilha passa por negociações em que os segmentos rebelados se integram na vida nacional da Colômbia. Isso já ocorreu em muitos países e não é impossível que se faça naquele país.

Portando em última análise as bases americanas na Colômbia é um fator real de tensão e desgaste na América do Sul. Isso é verdade inclusive pela simples observação de que a presença militar do império sempre funciona em favor de grupos minoritários e contra segmentos majoritários. Neste caso quem teme a presença militar da China nas províncias deflagradas, ou da Rússia, ou de qualquer outro país, sabe que tudo se iguala ao mesmo em realidade.

Em ideologia tudo que for do lado ideal é válido. Mas, no mesmo dia em que o presidente Uribe vem ao Presidente do Brasil defender a presença de bases do império na América do Sul, não é demais lembrar que hoje é o aniversário do lançamento da bomba de Hiroshima. E não esquecer que este mesmo império já conhecia os efeitos do artefato nuclear sobre os moradores de Hiroshima quando lançaram a segunda com o mesmo efeito já esperado.

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