sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Pouco Tempo

Abra a janela
para que a borboleta amarela
visite seu escritório -

taças empoeiradas,
enciclopédias nunca abertas.

Decerto a pequena criatura
errou de caminho

mas já que as asas
debatem-se entre
a poltrona e os pufes

não se mova
não acenda seu cigarro
nem escreva um poema

olha que estranho
lá fora todos os postes apagados
a rua completamente escura

talvez a criaturinha
saiba muito bem
porque entrou por sua janela -

sopinha quente,
pão com doce de leite dentro.

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