Abra a janela
para que a borboleta amarela
visite seu escritório -
taças empoeiradas,
enciclopédias nunca abertas.
Decerto a pequena criatura
errou de caminho
mas já que as asas
debatem-se entre
a poltrona e os pufes
não se mova
não acenda seu cigarro
nem escreva um poema
olha que estranho
lá fora todos os postes apagados
a rua completamente escura
talvez a criaturinha
saiba muito bem
porque entrou por sua janela -
sopinha quente,
pão com doce de leite dentro.
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