sábado, 14 de novembro de 2009

Repente

que sábado massa
de alfenim quente

entre os dentes
um suspiro -

meu filho
no playstation

minha mãe na canção nova

meu diabinho resmungando
meu anjinho fazendo a unha

lá fora um sol tomando a calçada
as árvores mostrando as saias

que sábado perfeito
de bila no buraco

sem tremer o queixo
sem arroubos

um sábado encantado
de achar dinheiro

no armazém da esquina

em seguida
ganhar aquela musa

com suas coxas grossas
com suas meias jazz

chupar um picolé de morango
sujar as mãos, lamber os dedos

sonhar sem fim
até o fim dos sonhos

acordar assustado
supondo mijo na cama

mas são sonhos

sonhar sem fim
até o fim dos sonhos

um dia eu entro
no meu coração
faço sala

rejeito beber sozinho
um cafezinho quente

espero a outra metade
uma fábula

tenho quarenta e quatro
como está minha próstata?

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