segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Muito Claro

É claro, é muito claro
Que as hastes das rosas envergam
Quando os ventos sibilam nos prados
Que os olhos reluzem como o orvalho
Em prisma, quando olhos outros
Farejam e fitam o mesmo olhar.
É claro que o tato, que a pele-veludo
Sente o toque, o lábio pousado no lábio
Como conchas que se fecham
Para nascer à pérola do toque das línguas
No côncavo e o convexo dos beijos.
Tão claro é que os cheiros dão pistas
Para os faros atentos, que cercam
As peles, os cabelos ao vento,
Ao perfume que lateja no ar...
É claro que ainda te vejo,
No aroma do café que eu bebo,
No vôo do pássaro,
E em lágrimas que por vezes
Insistem em brotar.

Imagem: Claudia Morais

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