Quem sabe da alma acanhada
são as palavras irmãs do silêncio.
Íntimo suspiro
ainda se formando no coração.
Meus punhais de prata
na verdade
de latão.
Ei-la, a alma acanhada
tão cabisbaixa quanto boquiaberta
evaporando-se pelos sapinhos da língua.
Calada, recatada, provocadora
conspira contra meu juízo perfeito.
Não confiem no seu espanto
nas suas palavras surdas
na sua voz rouca.
Ei-la, a alma acanhada
a ser questionada
cai fora do corpo
deixando o pobre mulambo
com arcada dentária aberta
dentes levados para trás
incisivos para frente.
É um balé esses nossos dentes
tarde da noite.
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