sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Credo

Vivo sob ordens superiores.
Dos céus. Lá do alto.

Também da terra.
Do mais rasteiro.

Não sinto necessidade
de ser verme
ou pássaro.

Cruzar nuvens,
depois visitar o inferno.

Minha vida é regida
por milagrosos conselhos
cujo fogo queima
da minha alma
cedo ou tarde
tudo que é vaidade:

malícia em querer ser verme
soberba em querer ser pássaro.

E por mais que eu tente
vislumbrar o futuro,
renascer o passado

apenas aos meus olhos
é permitido:
o presente
e o efêmero.

Daí nunca estar contente
o meu silêncio
nem turva nunca vejo
a estepe dos meus versos.

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