Vivo sob ordens superiores.
Dos céus. Lá do alto.
Também da terra.
Do mais rasteiro.
Não sinto necessidade
de ser verme
ou pássaro.
Cruzar nuvens,
depois visitar o inferno.
Minha vida é regida
por milagrosos conselhos
cujo fogo queima
da minha alma
cedo ou tarde
tudo que é vaidade:
malícia em querer ser verme
soberba em querer ser pássaro.
E por mais que eu tente
vislumbrar o futuro,
renascer o passado
apenas aos meus olhos
é permitido:
o presente
e o efêmero.
Daí nunca estar contente
o meu silêncio
nem turva nunca vejo
a estepe dos meus versos.
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