quarta-feira, 17 de março de 2010

LULA NO ORIENTE MÉDIO

16 de março de 2010

Lula no Oriente Médio tem sido como a visita de um jerico numa loja de louças. Quebrou tudo de uma só vez: foi descortês com Israel, bajulou os palestinos a troco de nada, flertou com o tiranete do Irã, quebrando todos os princípios da diplomacia brasileira sem nada levar e, para não bastar, insultou a memória heróica do povo judeu. Tudo em uma única viagem.

É bem verdade que em nada a viagem surpreendeu. A trajetória da diplomacia lulista tem sido essa cabeça bifronte de um Jano caipira: repúdio aos EUA/Israel e cortejar os governos delinqüentes pelo mundo. Tivemos aqui mais do mesmo, com a diferença que a situação no Oriente Médio está explosiva, ao ponto do risco de estourar uma guerra com perigo de uso de artefatos atômicos. A diplomacia de jerico levada por Lula para aquelas bandas só piorou tudo e nenhum ganho trouxe ao Brasil.

A quebra de princípios consagrados na nossa diplomacia deu-se de forma gratuita e insensata, apenas para acariciar o ego dos radicais que tomaram de conta do Itamaraty, orgulhosos de si mesmos e de sua falsa grandeza. A credibilidade do Brasil despencou. Chega a ser risível ver a pose de Lula e Marco Aurélio Garcia, seu embaixador plenipotenciário, achando que estão fazendo o máximo. É, a um só tempo, ridícula e atroz a situação criada. Um bando de formiguinhas com ego de elefantes.

O editorialista do Estadão hoje foi muito feliz ao comentar o fiasco da diplomacia lulista (O "vírus" da Paz de Lula). O trecho abaixo foi cirúrgico:

“Lula e o Itamaraty parecem ignorar ainda que a aproximação do Brasil com o Irã, valha o que valer, não é malvista só em Israel, na região. A Arábia Saudita e o Egito, os dois principais países árabes, tampouco se rejubilam com isso. Enfim, a soberba da diplomacia lulista chega ao disparate de supor que a atual posição "cética e dura" dos EUA em relação a Israel, nas palavras de Garcia, facilitará o ingresso de outros atores, um deles o Brasil, no processo de paz no Oriente Médio. É, de novo, o mundo de ponta-cabeça. Se Netanyahu não ceder a Obama, cederá a quem? A Lula? O sonho faraônico de se transformar no estadista global que entrará para a história por ter tido êxito ali onde todos fracassaram nos últimos 60 anos conduz Lula da futilidade à ridicularia. E isso porque a diplomacia lulista, partidária e eleitoreira, só visa a promover a imagem de seu guia perante o público interno.”

Mais não precisa ser dito.
Nivaldo Cordeiro

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