segunda-feira, 5 de abril de 2010

CaririCult teu nome é Pluralidade, Diversidade e Liberdade!

Eu estava no Iguape sem comunicação via web e somente ontem entrei aqui no blogue e me deparei com a polêmica em tôrno da postagem do LUPIN com as imagens profanas de Jesus Cristo e, pelo que conheço da diversidade cultural, religiosa, sexual, etc. e tal dos que frequentam, espiam, postam, comentam aqui, já advinhava toda essa onda. Não é pura retórica o texto na abertura deste blogue "que todos serão responsáveis pelas suas postagens" e isto quer dizer também que terão plena liberdade para a utilização deste espaço de arte, cultura e idéias em movimento.
As imagens postadas por LUPIN são polêmicas, mas e daí? Este não é um blogue que tenha um dono ou uma ideologia. Aliás, poderiamos eleger a liberdade de expressão como uma ideologia! Carlos Rafael, como católico militante e sensível às questões religiosas que envolvem o espírito da Semana-Santa, utilizou-se do seu poder de administrador e retirou a postagem como se resolvesse tudo. O que eu não teria feito porque, mesmo com o impacto que me causaram também as imagens e que até me provococaram uma ponta de riso, teria levado em conta a liberdade de expressão dos artistas (o criador e o que postou). Em momentos passados achei, por exemplo, as postagens do WB com fotos em close de uma vaca urinando muito asqueirosa e de extremo mau gosto, mas quem sou eu para censurar o olhar de WB sobre o mundo. Hoje, no Cariricult me comporto tão somente como um observador e admirador do blogue. Me arreto, muitas vezes, com comentários que destratam o postador! Quando o blogue foi criado era simplesmente uma nova possibilidade de nos reencontrarmos -o que aconteceu! -e foi pelo grau de confiança que deposito na maturidade de todos é que somos mais de 50 membros, mesmo sabendo que cultivamos credos diversos , hábitos e vícios variados, diferentes opções sexuais, etc. Nisso é que nos completamos e não teria nenhuma graça se fosse diferente. Muitos preferem seus próprios casulos, eu prefiro este casarão enorme!
Se Deus (?) criou o mundo foi pra gente tomar de conta dele do nosso jeito.


Lupin, aceite as minhas desculpas e sinta-se reintegrado ao grupo!

NOTA:
Dia desses, pintaram de esmaltes vermelhos as unhas de uma pequena imagem do Padre Cícero (numa exposição LGBT em Barbalha) e o mundo quase acabou por aqui.

2 comentários:

  1. Vou reiterar o que já comentei no post anterior sobre o seu texto. Como lhe conheço há muito tempo estranharia se sua posição fosse diferente.O que talvez irrite algumas pessoas é que para outros não existe tema proibido, tema tabu. Acho chatíssimos alguns textos de uma religiosidade carola que ás vezes circula por aí mas também às vezes acho chatos alguns textos nitidamente partidários mas nunca me passou pela cabeça censurá-los. Se não gosto de alguma coisa não leio ou critico. O jogo da vida é assim: nem sempre ganhando, nem sempre perdendo. O que é insuportável é a intolerância. O que me irritou particularmente no último BBB foi a vitória de um oligofrênico intolerante que soube ocultar sua homofobia a partir das regras de um jogo. Mas é a vida. O Brasil deve estar cheio de dourados que vivem um eterno pesadelo que o mundo se torne monotonamente homo. Freud já disse que o temor exagerado é apenas a repressão de um desejo inconsciente. Então vamos conviver tolerando (ou suportando) o diferente até que não fiquemos deitados eternamente em berço esplêndido.
    Um funcionário da Prefeitura do Crato tentou me fazer de bode expiatório para desviar os holofotes do se rabo preso. Isso não cola sempre. E fazer jornalismo chapa branca , além do dinheirinho arrecadado, não torna ninguém juiz da dignidade dos outros.
    Força na peruca, Lulu.

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  2. Que opções teríamos? Há pouco dias comentei isso em outro blog. Se queremos um blog maniqueísta é simples. Selecionam-se apenas aqueles que são do mesmo lado e põe-se o slogan: Os "amigos" postam , os "inimigos" nem comentam ! Se abrimos a janela escancaradamente devemos nos preparar para a brisa, o vendaval e os argueiros nos olhos. É sempre assim! Há a possibilidade de alguém ficar abrindo e fechando a janela? Claro, só que aí há necessidade de critérios que serão de alguma maneira feitos pelo porteiro: ele é que definirá o que é o vento bom ou o tufão. Só que o vento que empina as minhas velas pode ser o mesmo que vira o barco do meu vizinho. Não tem jeito. A meu ver, Salatiel definiu perfeitamente o melhor caminho, assim como o Maurício. Vamos abrir as portas e janelas! Não existe uma verdade única , sólida, inflexível. A verdade é uma colcha de retalhos e depende do somatório dos muitos paninhos que cada um de nós vai tecendo na colcha. O que acabo de tecer pode parecer puído, descolorido, mas , no final, o que dá força artística é o conjunto, a variedade de cores e de tecidos. A força de um veículo desses está na possibilidade de unir lulistas/serristas/marinistas; beatos/agnósticos; homo-hetero-flexes; esquerdistas/centristas/direitistas; flamenguistas/vascaínos/fóbicos ao esporte e por aí vai... Que briguem as idéias e não as pessoas! Temos assim uma ótima oportunidade de exercer a matéria que mais faz falta nos dias atuais neste mundão de todos orixás: a tolerância! Respeitemos, também quem não pensa assim e pode muito bem montar um blog próprio e formar o seu fã-clube pessoal, elegendo o ídolo que lhe parecer mais oportuno...

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