quinta-feira, 22 de julho de 2010

a excêntrica família Mann



Quem nunca leu Thomas Mann, vai querer depois de ler "Na rede dos magos - uma outra biografia da família Mann", da escritora e socióloga Marianne Krüll, alemã como os famosos retratados em seu livro, um volume de 500 deleitáveis páginas. Não poderia ser diferente. Para abordar a saga, aliás, a rede em que se enreda a família de escritores seria necessário mesmo uma pesquisa de grande fôlego.
O livro é primoroso. Escrito a partir da leitura de cartas, documentos, diários, relatos, fatos, a autora durante nove anos construiu uma obra de análise psicológica e sociológica sobre os membros de uma família cheia de estranheza, e que fazem parte do que há de mais interessante na literatura mundial do século XX. O suicídio de Klaus Mann em 1949, em plena Cannes, na Côte d'Azur, é o tema do capítulo que abre o livro. Klaus era filho de Thomas, que estava em uma conferência em Estocolmo quando soube da notícia.
Li pouca coisa de Heinrich Mann, irmão de Thomas, mas deste tenho na estante e na memória pelo menos cinco bons livros, "Os Buddenbrook", "Doutor Fausto", "Felix Krull", "Cabeças trocadas" e o clássico "A montanha mágica", um dos dez livros que eu levaria se tivesse que me exilar em Marte.
Nas minhas garimpagens por sebos e promoções, encontrei o livro de Marianne Krüll numa dessas Lojas Americanas, por R$ 9,90! Ali, perdido entre livros de culinárias e auto-ajuda. A obra teve sua primeira edição em 1991, na Alemanha. No Brasil creio que sete anos depois é que foi lançada pela Nova Fronteira, e já algum tempo eu não achava nas livrarias invadidas por crepúsculos e eclipses.

Acima, os irmãos Heinrich (D) e Thomas, em foto tirada por volta de 1900.

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