domingo, 18 de julho de 2010

linha

O infinito não passa perto da minha janela
a porta estreita me vê passar apressadamente
nunca paro nas janelas...os cactos a postos
vão furar o dedo do infinito
quando ele passar no buraco da agulha
dos costureiros das palavras novas
casa de alfaiates, cortinas ventiladas
o infinito vai passando de mansinho
foge da janela e dos espinhos dos cactos
conversa sozinho, assim como eu faço.

5 comentários:

  1. A poesia sempre é o mundo interior que se contrasta com as pulsações da vida de fora. De modo algum é isso. A poesia é justamente a quebra desta barreira entre o íntimo e a exterioridade. Como Marta refletindo com estes espinhos de cactos na janela que podem ferir o infinito. Aliás poucas paisagens nordestinas têm tão espinhos quanto esta Petrolina apesar das frutas de irrigação.

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  2. Este poema me soa aos ouvidos da alma
    em uma doce intangibilidade.

    Carinhoso abraço.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Ei,Marta,ainda bem que existem costureiros e costureiras de palavras, que tornam a vida algo mais do que um comer, beber, dormir e pagar, a vida vestida de beleza. E a boa beleza é a "beleza difícil".

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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