TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

domingo, 18 de julho de 2010

linha

O infinito não passa perto da minha janela
a porta estreita me vê passar apressadamente
nunca paro nas janelas...os cactos a postos
vão furar o dedo do infinito
quando ele passar no buraco da agulha
dos costureiros das palavras novas
casa de alfaiates, cortinas ventiladas
o infinito vai passando de mansinho
foge da janela e dos espinhos dos cactos
conversa sozinho, assim como eu faço.

5 comentários:

José do Vale Pinheiro Feitosa disse...

A poesia sempre é o mundo interior que se contrasta com as pulsações da vida de fora. De modo algum é isso. A poesia é justamente a quebra desta barreira entre o íntimo e a exterioridade. Como Marta refletindo com estes espinhos de cactos na janela que podem ferir o infinito. Aliás poucas paisagens nordestinas têm tão espinhos quanto esta Petrolina apesar das frutas de irrigação.

Domingos Barroso disse...

Este poema me soa aos ouvidos da alma
em uma doce intangibilidade.

Carinhoso abraço.

Domingos Barroso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
chagas disse...

Ei,Marta,ainda bem que existem costureiros e costureiras de palavras, que tornam a vida algo mais do que um comer, beber, dormir e pagar, a vida vestida de beleza. E a boa beleza é a "beleza difícil".

chagas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.