sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Lágrimas entre rios

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Da varanda fotografo

A textura do barro que se fez homem

O rio que preso se revolta

As caras abismadas

As casas arrobadas

A lama maquiando o asfalto

O rodo espalhando a mágoa

E escondendo as lágrimas

Os pombos pousam no arco em paz

Os pés humanos se pintam de terra e água

Um mangue urbano vai se formando

Uma cratera vai se aflorando

A água vai afogando

As árvores vão se empilhando

Como lastimas de guerra

E o povo vai se ajuntando

Vai se espremendo

Uns assistem a novela do Rio

Outros tateiam a vida

Comungam com as suas mãos

A feitura de uma corrente

Composta de resistência

Entre os caranguejos

Transitamos no lamaçal

Nutrindo o sopro de ser humano castiçal.

Alexandre Lucas




Um comentário:

  1. É Lucas as lágrimas que se juntam às aguas revoltadas pela ação do próprio se humano, mas agora não é hora de filosofar e sim de sermos solidários aos irmãos cratenses.
    Falei agora com uma ex cunhada que mora na vila alta e soube que pessoas que parentes do meu ex marido, residentes na vila silvestre, perderam todo material, graças ao bom Deus ninguém ficou ferido.
    Focarei atenta as noticias e que
    tudo termine bem com a solidariedade do povo.
    Um forte abraço
    Íris Pereira

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