quarta-feira, 30 de maio de 2012

Clipping de André Setaro: Suprema Indecência

Clipping de André Setaro: Suprema Indecência: EDITORIAL DO ESTADO DE S.PAULO 30/05;2012 Ainda que se compre pelo valor de face a inverossímil alegação do ex-presidente do Supremo...

Nossas Américas:Nossos cinemas

Compadre Salatiel,

Aconteceu recentemente o "Nossas Américas: Nossos Cinemas - I encontro de Jovens Realizadores da América Latina e Caribe". Foi um êxito.

Seguem, em anexo, dois textos: um texto que Manfredo Caldas divulgou na lista
Fórum dos Cineastas e a CARTA DE SOBRAL.

Este parecia um sonho impossível, mas conseguimos realizá-lo.

Leia os dois textos, você compreenderá melhor o que aconteceu.
Peço que divulgue os dois textos nos blogs do Cariri.

No "Nossas Américas: Nossos Cinemas" conseguimos aprovar uma moção de apoio  à Mostra CARRI CARIBE.
Fizemos a primeira Cariri-Caribe de forma bem tímida, em Farias Brito, para marcar a idéia.
Agora podemos fazê-la maior com participação de todos os países do Caribe e o evento pode se realizar
nas cidades de Crato, Juazeiro, Barbalha, Farias Brito, Nova Olinda e etc.Uma mostra que circule por todo o Cariri.

O CARIRI precisa ter uma mostra de cinema importante e internacional, ao mesmo tempo em que abra espaço para o cinema da região, do Nordeste e do Brasil. O intercâmbio internacional é fundamental.

No "Nossas Américas", em Sobral, estiveram presentes realizadores de 14 países e foi fundamental o apoio da Prefeitura Municipal de Sobral, da UVA, SESC e instituições locais, ao lado da instituições federais e internacionais que ajudaram na realização do evento.
 Será que o Cariri pode também pensar grande e realizar esta mostra? Gostaria de ver o nosso Cariri com a ousadia que já teve nas décadas de 70 e 80?
 Para que isto aconteça no Cariri precisamos somar esforços.
 Aquele Centro de Audiovisual para o Cariri, do qual falei em reunião com realizadores da região, durante a Mostra Cariri do SESC, parece que vai sair mesmo. O Cid prometeu.
Será uma grande conquista importante para a região do Cariri e para o audiovisual cearense.
 Terminei um filme de longa-metragem sobre um filho Crato: O Cego Aderaldo. Ficou bem legal. Avant-première será em exibição hors concurs, no Cine Ceará, no dia 3 de junho.
Se puder venha assistir. Guardo os convites. Avise-me.
Vamos nos falando
Abraços
Rosemberg Cariry

NOSSAS AMÉRICAS: NOSSOS CINEMAS
Caros,

Durante quatro dias, de 23 a 26 de maio de 2012, na cidade de Sobral, sertão do Ceará, aconteceu um evento de grande significação histórica e cultural: o I NOSSAS AMÉRICAS: NOSSOS CINEMAS – I Encontro de Jovens Realizadores da América Latina e Caribe. Ali estiveram reunidos jovens realizadores de quatorze países, incluindo representantes de povos originários, e jovens vindos de todos os Estados do Brasil. Também estiveram presentes cineastas, cineclubistas, produtores, distribuidores e exibidores alternativos e veteranos do cinema das Américas e do Caribe, de Geraldo Sarno a Humberto Rios, de Claudino de Jesus a Alícia Cano, de Lázara Herrera a Marta Rodriguez, de Saudhi Batalla a Mônica Charole, de Helena Ignez a Juliana Rojas, de Eric Rocha a Frederico Machado, de Michel Régnier a Kullyur Saywa, de Isabela Cribari a Carmen Rosa Vargas, de Ivan Sanjinés à minha pessoa. Muitos países mandaram representantes das suas secretarias de audiovisual. A realização foi da Sereia Filmes e da Prefeitura de Sobral . O patrocínio do evento veio da SAV e da Secult-Ce, com apoio do CNC, CBC, INTERARTE, SESC-Sobral e muitas outras instituições internacionais que financiaram a vinda dos jovens realizadores.

Pois bem, estes quatro dias foram intensos com projeção de filmes (Mostra “Novo Cinema Latino Americano”, com curadoria de Petrus Cariry, Mostra “Santiago Alvarez”, com curadoria de Lázara Herrera, Mostra “Grande Caribe” com curadoria de Rigoberto López e Mostra “Curta o Ceará”, com curadoria de Bárbara Cariry, além das mostras “Visualidades” e “Cinema de Forquilha”). Existe uma cidade, no sertão do Ceará, de nome FORQUILHA, onde coletivos de jovens realizaram mais de 15 longas digitais nestes dois últimos anos. São filmes tecnicamente precários, de baixíssimos orçamentos, mas de grande popularidade na cidade e na região. Aconteceram debates, palestras, oficinas e shows musicais com grupos locais e um show especial chamado “Nossa Américas” com a cantora cearense Myrlla Muniz, que interpretou grandes compositores da América Latina e do Caribe. Pelas ruas desfilaram maracatus, bumba-meu-boi, reisados e pastoris, numa bela manifestação das artes populares.

Todo este acontecimento, que reuniu mais de uma centena de pessoas da América Latina e do Caribe, afora a participação local, foi coordenado e dirigido por uma jovem cineasta e produtora de 24 anos: Bárbara Cariry, com articulação e apoio de outros jovens brasileiros e latino-americanos com destaque para Axel Monzú (Argentina), Luis Alberto Cassol (Brasil), Kuylluler Saywae Tobias (Equador) e David Hernandez Palmar (Colômbia) e o xavante Divino (Brasil), estes três últimos representantes dos povos originários. Bárbara Cariry, ao realizar um evento de tamanha grandeza, teve o seu batismo de fogo e foi elogiada por todos, já que tudo funcionou muito bem, da formatação do encontro aos princípios de diversidade e do respeito às culturas, das mesas de debates às projeções, do transporte à alimentação.

Os jovens reunidos em Sobral, ao discutirem os princípios do encontro, declararam: SER JOVEM É UM ESTADO DE ESPÍRITO, e a solidariedade é o que nos uniu, independente das nossas idades, línguas ou culturas diferenciadas. Os jovens homenagearam os “avós” Geraldo Sarno e Helena Ignez (Brasil), Michel Régnier (Canadá), Lázara Herrara (Cuba), Humberto Rios (Argentina) e Marta Rodriguez (Colômbia).


Foi realmente um encontro de grande importância histórica, já que se trata do primeiro encontro desta natureza ocorrido em nosso país. Fiquei realmente muito contente com a solidariedade, o clima de amizade. Rosemberg Cariry e Tito Almejeiras (dois “avós” que ajudaram na articulação brasileira e latino-americana deste encontro, em Sobral, e muito lutaram pela sua realização) diziam a todos que ali se realizava um sonho de muitos anos e de muitas gerações.

O jornal “O Povo”, abriu manchete saudando “O Portunhol com sol a Pino”, chamando atenção para a comunicação dos jovens que falavam entre si, com ou sem ajuda de intérpretes, em uma aproximação das culturas. Dizia o jornal: “Para quem torce o nariz para esse híbrido de duas línguas, um aviso: se a informação chega ao seu receptor, pouco importa como ela foi transmitida. E se em quatro dias de intensa troca de informações, meios e, até, construção de identidade de uma América cinematográfica, a regra é se comunicar e criar laços”. Os demais meios de comunicação espalhados pelo país, simplesmente ignoraram o evento.

A segunda edição do evento acontecerá em Lima, no Peru e terá o patrocínio da Secretaria do Audiovisual daquele país, por intermédio da ação de Carmen Rosa Vargas, secretária do audiovisual daquele país.

As palavras mais usadas neste encontro, traduzidas em portunhol e outros línguas foram: povo, nação amiga, intercâmbio, solidariedade, cooperação, respeito, planeta terra, pacha mama, cinema, internet livre, democracia. Pela primeira vez, vi alguém chamando um velho cineasta de meu avô e pedir: "caminhem conosco, ensine-nos as sabedorias que aprenderam ao longo da vida. Vocês são nossos avós”. Foi a jovem índia Kuyllur Saywa, do Equador, que disse estas palavras que emocionaram a todos nós. Ficamos pensando na diferença daquilo que estávamos vivenciando com o debate audiovisual no Brasil atualmente, onde só se fala em mercado e em números, numa distorção profunda da vida e do sentido da arte e da possibilidade de encontro e de solidariedade entre os povos.
Na festa de encerramento do NOSSAS AMÉRICAS: NOSSOS CINEMAS, no sábado,foi lida a CARTA DE SOBRAL em línguas originárias aimará, guarani e quíchua. Também em línguas oficiais, espanhol e português, numa afirmação de respeito aos povos e à diversidade cultural. A plateia emocionada aplaudiu de pé. Para não mais me estender nestas palavras que traduzem um sentimento coletivo, recomendo que leiam e divulguem a histórica CARTA DE SOBRAL, solicitando que seja colocada em todos os blogs e redes de divulgação do nosso audiovisual.
Emocionado e bronzeado pelo sol do sertão, em nome de todos nós que vivenciamos o evento, envio os mais calorosos abraços latino-americanos e caribenhos.

Manfredo Caldas

( A "Carta de Sobral"  já foi publicada neste blog por Central de Informações)

Izaíra Silvino - Democratizar a educação para democratizar a música

Professora, escritora, poeta, compositora, arranjadora, regente, mulher e aprendiz, Izaíra Silvino tem desempenhado um papel importante na música no Estado do Ceará. Tendo iniciado seus primeiros contatos com o universo musical na infância, Izaíra é contundente ao afirmar que para democratizar a música “é preciso democratizar a educação do povo brasileiro, em todos os níveis e espaços. Feito isto, a democracia é possível, em qualquer ângulo!”.

Alexandre Lucas – Quem é Izaíra Silvino? 

Izaíra Silvino - No momento, estou sendo empresária, trabalhadora de uma das cadeias produtivas da Economia Criativa (editoração e produção). Estou uma das proprietárias da DIZ Editor(A)ção). Estou professora - eventualmente - e estou palestrando sobre as relações da música com a educação. Desafio-me a continuar sendo compositora, arranjadora, escritora e poeta . 

Alexandre Lucas – Com se deu seu contato com a música? 

Izaíra Silvino - Ainda criançinha, minha Mamãe e meu Papai descobriram-me amante da Música (eu cantava desde o berço). Aos cinco anos, já estava frequentando aulas da Professora Amélio Cavalcante (uma pedagoga musical de Iguatu-CE), com quem aprendi a tocar bandolim (1950). Desde então, estou em mergulho musical perene, onde, ainda, aprendo a nadar! Alexandre Lucas – Fale da sua trajetória: Izaíra Silvino - Fui violinista da Orquestra Sinfônica Henrique Jorge (anos sessenta), fui Professora de Educação Artística (escolas municipais, Fortaleza e Crato, e estaduais - anos setenta), fui professora da FACED- UFC e Regente dos Corais da UFC e FACED-UFC, do Coral da Biodança, do Coral da EMBRATEL, do Coral Santa Cecícia da SOLIBEL - anos oitenta e noventa e Grupo Vocal Moenda de Canto (anos noventa). Assessora da FUNARTE, nos Painéis de Coros, desde 2002. Fiz-me Bacharela em Ciências Jurídicas e Sociais pela UFC (1969), Licenciada em Música pela UECE (1973), Especialista em Música do Século XX pela UECE (1995), Mestra em Educação pela UFC (1996). 

Alexandre Lucas – Você acredita que a Academia elitiza a música? 

Izaira Silvino - De minha experiência, posso responder NÃO a esta questão. Mas se levarmos em consideração o número de habitantes de um lugar e relacionarmos este número com o número percentual de pessoas que alcançam e vivem e frequentam as atividades fins da academia (conhecimentos vivenciados e construídos a partir do ensino, da pesquisa e da extensão universitária), pode-se falar em ELITE. Mas não em 'elitismo'. Na academia trabalha-se conhecimentos já sedimentados, como, também, trabalha-se com conhecimentos de vanguarda. Vamos dizer que isto seja como a 'nata' da realidade. Mas é bom lembrar que não existe 'nata' sem leite. Então, não existe academia sem uma realidade posta. Isto, a meu ver, desmonta o argumento de elitismo. 

Alexandre Lucas – Como ver essa denominação de música popular e erudita? 

Izaira Silvino - Para mim, esta divisão não existe. Ela foi estabelecida por uma lógica de exclusão. Quem divide, termina por diminuir, não é isto? Música, a gente compartilha, não divide. Milhões de pessoas podem ouvir, ao mesmo tempo, a mesma música. Sem divisões. Claro que, de uma composição para outra composição, há diferenças: estéticas, estilísticas, gramaticais, teóricas, históricas, autorais... mas divisões? Nunca! Tudo é Música. Tudo espaços sonoros-rítmicos, organizados a partir do poder expressivo do compositor. Qualquer idéia de divisão é falsa, elitista, racionalista, manipuladora. 

Alexandre Lucas – É preciso democratizar a produção musical brasileira? 

Izaíra Silvino - É preciso democratizar a educação do povo brasileiro, em todos os níveis e espaços. Feito isto, a democracia é possível, em qualquer ângulo! Alexandre Lucas – A obrigatoriedade do Ensino de Musicas nas Escolas de Ensino Básico é uma forma de democratizar a diversidade musical? Izaíra Silvino - É uma forma de ampliar a formação do povo brasileiro, portanto, de ampliar os espaços de democratização - de saberes, poderes, vozes, do diverso, do uno, da grandeza, da fartura (no plano individual, como no plano coletivo)! 

Alexandre Lucas – Qual a contribuição social do seu trabalho? 

Izaíra Silvino - Ih!!!!!!!!! Quem sou eu para ter a veleidade de medir se há esta contribuição!? Quando a gente nasce com um corpo e ocupa um espaço neste planeta, a gente já é contribuinte, de vida e da própria vida! Se a gente contribui positiva ou negativamente? Isto, quem sabe é quem recebe e compartilha. Para nós, atores da vida, autores de nossa sina, só resta aprender a AMAR! Alexandre Lucas – A música denominada de Música Popular Brasileira – MPB desempenhou um importante papel no enfretamento a Ditadura Militar no Brasil. Você acredita que os músicos perderam essa viés político na contemporaneidade? Izaíra Silvino - Não sei se perderam... Mas custa-se, hoje, 'achar' a cor deste viés! Da mesma forma como, também, é muito difícil identificar as 'ditaduras' que nos assolam neste momento vivido. 

Alexandre Lucas – Quais os seus próximos trabalhos? 

Izaíra Silvino - Aprender, aprender, aprender. Aceitar os desafios da vida! Dizer sim ao amor e ao aprendizado do amor! Viver a corda bamba da adolescência da minha velhice!

Carta de Sobral


Nós, reunidos em Sobral, Ceará, Brasil, de 23 a 26 de maio de 2012, no marco do primeiro “Nossas Américas, Nossos Cinemas”, participamos do primeiro encontro de jovens realizadores da América Latina e Caribe, unindo 16 nações, promovendo um intercâmbio entre gerações. Entendemos a juventude como um estado de espírito em luta, sem preconceitos e aberto e nos reconhecemos como povos irmãos.
Este encontro tem, como objetivo, refletir, compartilhar experiências dos realizadores audiovisuais e gerar ações sobre a linguagem audiovisual, a comunicação, com o fim de manter vivo um movimento integrador da nossa “AbyaYala” (América Latina e Caribe).
Trabalhamos com as heranças milenárias herdadas dos povos originários, transmitida aos povos transplantados, brancos pobres e escravos africanos trazidos por barcos colonizadores, e reinventados pelos povos presentes neste encontro.
Reconhecendo e recusando a ditadura do mercado que oprime nossos povos e seus imaginários culturais, seguiremos os seguintes princípios:
1.       Considerando A “DECLARAÇAO UNIVERSAL SOBRE A DIVERSIDADE CULTURAL”, da UNESCO, entre outros instrumentos internacionais que garantem a identidade e diversidade cultural a partir da produção cultural, entendemos a realização audiovisual como um direito humano;
2.       Exigir e proteger a plena vigência do direito à linguagem cinematográfica e audiovisual dos nossos povos, promovendo legislações que o garantam a cada uma de nossas nações;
3.       Entendemos o audiovisual como um fato político e artístico de ressignificação e transformação sociocultural;
4.       Apoiar os direitos do público com base nos conceitos marcados pela Carta de Tabor (1987), criada pela FICC (Federação Internacional de Cineclubes), para a formação de públicos pela ação dos cineclubes e das salas de cinema cultural, também apoiando e difundindo o dia 10 de maio como o dia do público;
5.       Garantir a alfabetização e educação audiovisual dos nossos povos, na sua dimensão artística e política, encorajando a leitura crítica dos meios de comunicação;
6.       Exigir o direito a livre comunicação, informação, expressão e acesso aos meios audiovisuais para todos os povos da América Latina e do Caribe;
7.       Defender o espectro radioeletrônico e a internet como bens públicos comunitários com a finalidade de preservar o espaço da comunicação sem censuras, tendo como referência a “LEY DE MEDIOS Y SERVICIOS DE COMUNICACION AUDIOVISUAL”, da Argentina, e a nova “LEY DE TELECOMUNICACIONES”, da Bolívia. Também nos declaramos abertamente contra o projeto “ACTA”, a lei “SOPA” e qualquer outro ato que ameace a liberdade de expressão dos povos e nos propomos a fomentar o uso das licenças “creativecommons” e bases operativas como o LINUX, e outros softwares livres;
8.       Acompanhar e estimular os processos já existentes na organização do setor audiovisual, que compartilhem os mesmos princípios levantados por essa Carta, e recomendar a sua criação a níveis locais, regionais e nacionais, onde não existam;
9.       Exigir dos Estados garantias constitucionais para os realizadores que sofrem perseguição e ameaças a sua integridade física e intelectual. Exigimos o tratamento especial diferenciado do realizador e realizadora audiovisual, da mesma forma que recebem os jornalistas com relação à proteção e reserva das suas fontes;
10.    Incrementar espaços e oportunidades de acesso à informação e capacitação integral, bem como tecnologias já existentes e por serem inventadas, com o fim de garantir o direito de produção e circulação do audiovisual dos povos da América Latina e do Caribe;
11.    Promover mecanismos de fomento, sustentabilidade e continuidade dos processos de produção audiovisual dos povos da América Latina e do Caribe;
12.    Promover a integração cultural latino-americana e caribenha, respeitando a nossa diversidade cultural com o fim de exercer um processo de compreensão de uma identidade comum;
13.    Fomentar o pensamento, trabalho e tomada de decisões de maneira coletiva, respeitando as particularidades e construindo nossos laços com base na transparência e horizontalidade;
14.    Estabelecer a regularidade e itinerância deste espaço, de caráter aberto em “AbyaYala”, com rotatividade dos representantes, que devem socializar localmente os debates levantados nos encontros;
15.    Instituímos a rede virtual como meio válido de vinculação e discussão;
16.    Defendemos a liberdade criativa de formatos e estéticas na linguagem audiovisual, respeitando e fomentando a diversidade dos imaginários culturais dos nossos povos e nações latino-americanos e caribenhos, não permitindo nenhuma hegemonia estética imposta;
17.    Promover a solidariedade, a cooperação e o trabalho associativo entre os nossos povos;
18.    Promover a produção audiovisual com atitude critica e superadora sobre os nossos imaginários, realidades, histórias, espaços comuns, semelhanças e contradições;
19.    Gerar uma interação direta entre as produções audiovisuais e os públicos, por meio de todos os formatos e linguagens existentes e por serem criados;
20.    Fomentar o uso das línguas ancestrais dos povos originários, e dialetos da América Latina e do Caribe para ampla difusão dos conteúdos audiovisuais produzidos pelas comunidades, tendo como referência o artigo 16 da “Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas” e outros instrumentos internacionais;
21.    Convocar para este espaço as nações e povos hoje ausentes neste encontro, procurando a integração e representação de todos os povos e nações que habitam os países da América Latina e do Caribe;
22.    Reconhecer como válida a experiência e formação não-acadêmica, acreditando na importância dos conhecimentos vivenciais nas áreas não-pedagógicas;
23.    Fortalecer o eixo fundamental dos espaços de formação e capacitação acadêmicos e não-acadêmicos, de realizadores audiovisuais, no exercício da memória e história de nossos povos;
24.    Cremos importante gerar o intercâmbio e distribuição de obras audiovisuais traduzidas nas línguas faladas no nosso continente. Nesse sentido, comprometemo-nos, de forma colaborativa, a traduzir, dublar e legendar as obras audiovisuais e documentos que produzirmos;
25.    Este processo não obedece a interesses político-partidários. Sendo este grupo multinacional, composto por diversos setores da sociedade civil, entidades governamentais, grupos prontos ao debate e à recomendação de propostas de políticas públicas para o audiovisual e à comunicação dos nossos povos.

Ações:
Decidimos pela criação de diversos grupos de trabalho responsáveis pelas seguintes ações:

Comunicação:
1.       Criação e manutenção de uma lista de comunicação via internet. O moderador da rede se alternará em cada um dos encontros;
2.       Criação de um Portal;
3.       Criação de um boletim eletrônico mensal.

Intercâmbio e Residência Audiovisual:
1.       Formar um grupo de coordenadores, um em cada país, para o desenvolvimento desta experiência na América Latina e no Caribe, com o compromisso de criar uma lista de anfitriões e residentes;
2.       As modalidades de residência serão definidas pelas partes envolvidas caso a caso.

Declarações:
1.       Declaramos nosso apoio à promulgação da nova lei cinematográfica e audiovisual do Peru, por parte das instituições de que participamos neste encontro, e o faremos, formalmente, por meio de uma carta;
2.       Manifestamos o apoio à criação e aplicação das leis de cinema e audiovisual que estão sendo debatidas no Paraguai, atualmente em etapa de construção;
3.       Expressamos nossa preocupação e exigimos de nossos governos cessar a guerra, o genocídio e a perseguição infligidos aos povos indígenas e afrodescendentes da Colômbia, e deter a onda de violência vivenciada em países como México que limitam o livre desenvolvimento dos direitos a justiça e a comunicação democrática;
4.       Apoio à continuidade e permanência da Jornada de Cinema da Bahia, encontro que já tem 40 anos de atividades e que corre o risco de não se realizar este ano. Ressaltamos que, no seu contexto, nasceu a Lei do curta-metragem no Brasil e a Associação Brasileira de Documentaristas;
5.       Apoiamos a realização do encontro Cariri / Caribe;
6.       Saudamos a designação de 2012 como “Ano Internacional da Comunicação Indígena” e a celebração do XI Festival de Cinema Indígena de cineastas dos povos originários, na Colômbia, em setembro deste ano;
7.       Expressamos nossa profunda preocupação diante do próximo Encontro de Desenvolvimento Sustentável Rio+20, diante da forma autocrática como foi definida sua agenda em muitos casos, e diante do fato de os acordos tomados pelos presentes governos comprometerem gerações presente e futuras;
8.       Solidarizamo-nos com o fim do bloqueio a Cuba;
9.       No mês de novembro deste ano, realizaremos uma reunião na Tríplice-Fronteira, na cidade de Iguazú, Misiones, Argentina, com a finalidade de preparar o segundo encontro de Jovens Realizadores da América Latina e do Caribe, a ser realizado em 2013 no Peru.


Sobral, Ceará, Brasil, 26 de maio de 2012.





Gilmar Mendes: O CANDIDATO? - José do Vale Pinheiro Feitosa


Se alguém pensa cobras e lagartos do Prefeito, do Governador, do ex-candidato à Presidência José Serra, de Fernando Henrique Cardoso, Dilma e Lula, como dizia Millor: livre pensar é só pensar. Quando um de nós se encontra na roda de amigos e correligionários e expressa suas cobras e lagartos, pode até alguém censurar as expressões, mas o comum é que se acrescentem mais alguns adjetivos.

Assim caminha a humanidade e até pode ser que as cobras e lagartos contribuam para o avanço das liberdades e da democracia. Mas certo é que promove reação e se não expressa em igual força pelo menos pensada. E pensar, como dito, pode ser apenas pensar, mas tem a natureza da acumulação para ações futuras.

Ir para as praças públicas e para os meios de comunicação e destilar veneno sobre alguém ou sobre instituições culturais, religiosas e políticas é a matriz do atrito e dos conflitos. Isso ocorre o tempo todo e daí surgem, a depender de certos fatores acumulados, as manifestações coletivas de luta e ódio.

Agora transportemos essa questão para o caso Gilmar Mendes ontem agredindo Lula com denúncias que são nitidamente fabulações suas sobre insinuações que correm na internet a comprometer-lhe com Cachoeira e Demóstenes. Mas as denúncias contra ele não aparecem na grande imprensa que é sua porta voz.

Mesmo que Gilmar Mendes, que pertence ao colegiado que preside o Poder Judiciário, dissesse o mesmo que disse ontem na imprensa a respeito do punguista que lhe arrancou vistoso cordão de ouro enquanto passeava pela beira mar de Fortaleza, estaria exorbitando e destruindo o equilíbrio do poder que lhe cabe. Gilmar Mendes, espera-se, seja processado por Lula ao investir contra a dignidade e o decoro do ex-presidente.

Agora vem a questão principal. E por que Gilmar Mendes diz cobras e lagartas de Lula? Um dos melhores presidentes* do país e um personagem de repercussão mundial? É simples como a oposição é esta lerdeza, as famílias que controlam a mídia nacional ocuparam a oposição e acharam o candidato de oposição dos seus sonhos: audacioso, boquirroto e sem medidas para o que diz.

Collor de Mello hoje aliado do governo desempenhou o mesmo papel. Jovem, arrogante e inexperiente não viu que do mesmo modo como criaram o personagem, bastava outro enredo para destruí-lo. O golpe militar de 64 e a partir daí no restante da América do Sul foi consolidado no encontro da OEA em 62 em Punta del Leste no Uruguai, mas ali era apenas uma senha do Governo Americana para que a elite civil desse o golpe. O golpe teve como instrumento os militares, mas a alma da ditadura foi civil e neste civil teve o papel fundamental dessas mesmas famílias e mais personagens como Chateaubriand.

Agora começam a construir a alternativa furibunda da oposição. A mídia não considera mais convenientes personagens elegantes como Fernando Henrique e nem meio barro e meio tijolo como Serra. Ela agora quer o troglodita, de porrete na mão e jogando pedras na trincheira dos adversários da mídia. Gilmar Mendes neste episódio desempenha este personagem.

Ele daqui a pouco irá se aposentar no STF, já tem o argumento e só falta o roteiro para assumir o papel. Vai radicalizar a política, não tem o menor respeito pelas instituições e nem pelo cidadão. Vem de uma família patriarcal de Mato Grosso que imagina o povo como o estrato sobre o qual pisa com suas botas de fazendeiro.

Se o roteiro atende aos objetivos da mídia ele tenta ser Presidente da República, se eleito for, ele não será um presidente diferente do que foi como Ministro do STF: jogando para a plateia seleta dos seus pares enquanto acusa o povo de se fartar demais e trabalhar de menos.

Caso a crise econômica mundial evolua, o personagem é ele ou alguém assemelhado. Se não acontecer isso e a elite tentar de qualquer modo o perfil será fragorosamente rejeitado pelo eleitor. Do mesmo modo como nas condições normais de temperatura e pressão a França jamais elegerá Jean Marie Le Pen. 

Agora vem o teste de sabedoria de Lula e do seu partido. Deixar Gilmar cavalgar nas costas do bem avaliado ex-presidente a assim conquistar a notoriedade popular que não lhe é presente? Sinceramente ao contrário do que muitos analistas dizem: Gilmar não é apenas um destemperado, ele queria lançar a bomba próxima às eleições, mas a Veja, acossada por denúncia detonou antes.   
  
De resto é tudo política num ano eleitoral.   

terça-feira, 29 de maio de 2012

VEJA x GILMAR: Rota de colisão ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Sobre o senhor Gilmar Ferreira Mendes o que se sabe, porquanto vastamente divulgado pela mídia, é que, mesmo sem ter exercido a magistratura (nunca passou num concurso pra Juiz), foi guindado, por indicação do amigo e então Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, à condição de Ministro do Supremo Tribunal Federal, após rápida passagem pela Advocacia Geral da União.

Se tinha ou não condição “técnica” de dá de conta do recado, pairava uma certa desconfiança, exatamente porque um dos pre-requisitos para o exercício da função seria o “notório saber jurídico”, que nunca pode ser testado e comprovado (afinal, aquela “sabatina” modorrenta e cheia de conveniência no Congresso Nacional, pela qual passam todos os “indicados”, não passa mesmo de jogo de cartas marcadas).

Fato é que, após sentar no “trono”, sua excelência deu-se à prática de declarações extemporâneas, atos e decisões que até os próprios colegas do STF teriam dúvida em compatilhar, tanto no tocante à relação profissional quanto ao comportamento na vida particular.

Profissionalmente, por exemplo, dentre as “n” intervenções questionáveis do próprio, causou espécie e foi objeto de azedas críticas nas diversas áreas e instâncias jurídicas a sua decisão de, em atropelando como um trator desembestado os ritos processualísticos, “desmoralizar” publicamente toda a categoria e principalmente o Juiz Federal Fausto Martin de Sancttis, ao conceder num mesmo dia dois “hábeas-corpus” para tirar da prisão o banqueiro-bandido Daniel Dantas (a “trôco de quê”, é a pergunta que nunca foi respondida; ou alguém acredita mesmo que não existe algo por trás).

Já no campo privado, sua excelência é citado como sendo um dos proprietários do IBDP-Instituto Brasiliense de Direito Público, instituição educacional brasileira, fundada em Brasília em 1998 (governo FHC), que oferece cursos, presenciais e on-line, de pós-graduação, extensão e mestrado na área do Direito. Só que com um enorme diferencial em relação às demais escolas do gênero: entre os professores do IBDP estão mestres e doutores que atuam no cenário jurídico brasileiro, dentre os quais os seus colegas do Supremo Tribunal Fedeal: Eros Roberto Grau, Marco Aurélio Mendes de Faria Mello, Carlos Ayres Britto, Carlos Alberto Menezes Direito, Nelson Jobim e a senhora Cármen Lúcia Antunes Rocha; ou seja, alguns dos Ministros do Supremo também são funcionários, empregados, prestadores de serviço ou contratados, seja lá como possa ser definida legalmente a relação deles com o IBDP, do ex-Presidente do Supremo.

No mais, sabe-se que, íntimo do senador Demóstenes Torres, sua excelência teria, num passado não muito distante, viajado para a Alemanha em companhia do próprio, existindo a suspeita de que a farra/passeio tenha sido bancada pelo marginal-contraventor Carlos Cachoeira, que teria interesses a tratar com a dupla (longe do Brasil pra eliminar suspeitas).

Gilmar Ferreira Mendes parece ter esquecido (ou sua soberba e arrogância não o deixam enxergar) é que, na posição a que chegou “...não basta ser honesto, é preciso também parecer”. E, pelo andar da carruagem, aí ele não atenderia a nenhum dos requisitos.

Já no que se refere à acusação de que teria sofrido pressão do ex-presidente Lula da Silva sobre a conveniência de usar seu prestígio junto aos seus pares para postergar o julgamento do tal “mensalão” (formalmente desmentida por Nelson Jobim, presente à reunião), aí credite-se à má fé e a desonestidade do panfleto conhecido por Revista VEJA (tudo indica que o Gilmar Mendes não disse o que a VEJA disse que ele disse).     

Gilmar Incendeia Sentimentos? - José do Vale Pinheiro Feitosa


Menos pessoal. Menos. Não precisa odiar o Lula só por ele ter levado pobres para as gôndolas dos supermercados. Por não ter mais aquela mão-de-obra por um prato de comida ou uma camisa de segunda. Não precisa achar que o PT é o último ato da política e que depois dele só uma nova ditadura.
A democracia é para todos e mesmo que coloquemos as opiniões individuais sobre o conjunto da sociedade, não precisa se tornar uma falange perseguindo quem pensa diferente. O vírus do golpe e da violência está aninhado em alguns corações. É a minoria, mas é preciso reconhecer que ela existe.

Por exemplo, hoje há um discurso hegemônico nos editorais das grandes corporações de comunicação, mas simultaneamente nas redes sociais e nos blogs o debate flui de modo plural. Alguns com muito desrespeito e mais virulência do que ideias, mas o conteúdo maior é a pluralidade.

Então vou dar uma opinião. Quem puder que leia a íntegra da entrevista dada ontem em Manaus pelo Ministro Gilmar Mendes do STF. Em momento algum ele afirma ter Lula o chantageado e pedido o adiamento do Mensalão como saiu na reportagem da Veja. Ao contar a ocorrência das conversas com Lula a versão dele é muito mais de conclusões próprias do teor das conversas do que propriamente um fala do ex-presidente.

Fica evidente na reportagem da revista Veja que Gilmar Mendes estava convicto que alguma ameaça recaia sobre ele por conta da sua proximidade com Cachoeira a partir da relação dele com Demóstenes. O teor da Veja é um surto persecutório do Ministro e a entrevista de ontem uma fabulação sobre a conversa que teve com Lula.

Ainda não dei opinião, mas agora vou. O Gilmar Mendes será um Ministro impedido no julgamento do Mensalão. Ele já anunciou o seu voto na matéria da Veja e na entrevista. Ele até editorou o julgamento que dará. Se existe alguém de bom senso entre os processados vai entrar com esta questão no STF.  
   
Por último sobre o Estado Policial que ele denuncia. Ele pode até citar procedimentos incorretos e pedir punição para quem os pratica. Não pode é negar a investigação para subsidiar o julgamento do Poder Judiciário quando apresenta ilações sem qualificar os eventos. Por exemplo, a magistratura não invalidou a Operação Sathiagraha que decorreu de uma investigação? Muitos brasileiros não gostaram desta decisão, mas continua valendo, comprovando que estamos num Estado de Direito Democrático.

Sem investigação policial estamos retornando ao Estado Monárquico em que o juiz é a mesmo tempo senhor do antes, do agora e do depois.   

segunda-feira, 28 de maio de 2012

A Repúlica Arde - José do Vale Pinheiro Feitosa


Nesse final de semana o incêndio entre oposição e situação entrou em labaredas francas. A composição da oposição tem um ator principal formado pelos grupos Abril da revista Veja, o Estado de São Paulo, o grupo Folha e o sistema Globo de Comunicação e alguns atores secundário como o PSDB e o DEM. A situação tem a enorme força do Governo e de uma Presidenta com apoio popular, o PT e um grupo fluido de partidos que se alinham a qualquer governo.

Ora isso na democracia é assim mesmo, um grupo ataca, o outro contra-ataque, o debate acontece, a sociedade se mobiliza e em boa situação de temperatura e pressão o debate evolui para um patamar superior. Isso tem sido a principal mecânica das democracias modernas e é tudo que ela oferece de superior a qualquer outro regime.

Aqui no Brasil a mecânica não tem sido diferente só que as posições estão se acirrando. O que antes seria o jogo entre oposição e situação mudou de tom com as declarações de Gilmar Mendes, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, para a revista Veja nesse fim de semana. Lula hoje é um cidadão comum não tem cargo nenhum a perder, mas tem uma posição política sui generis no país e até mesmo no cenário mundial. É um dos líderes mundiais desta década.

Não sei como vocês tomaram conhecimento do assunto, mas até onde cheguei parecia que o encontro entre Lula e Gilmar Mendes tinha acabado de acontecer e ele de tão indignado correu para páginas oposicionistas. Mas que nada. O fato se deu há um mês passado, está posto em cheque pois a testemunha do encontro, Nelson Jobim nega o que Gilmar disse.

Realmente os grupos de mídia oposicionistas falam muito mal da situação da Venezuela, mas passaram para um patamar de conflito unilateral uma vez que por aqui não tem nenhuma liderança como Chávez provocando em resposta e se dirigindo diretamente ao povo. A posição unilateral da mídia, ocupando o espaço político dos partidos, ao invés de tratar da notícia, levou o debate político necessariamente para ela.

A revista Veja está sob observação da CPMI, assim com a revista Época da Globo e atiram em resposta com toda virulência que extraíram da unilateralidade política do seu comportamento. Ao invés de discutir a sociedade, a politica, o governo e a economia querem liderar uma visão de mundo que sirva aos seus próprios interesses. Se afastando do ambiente público se tornam parte da disputa.

Espera-se que a CPMI radicalize suas posições de ambos os lados nesta semana. Não se sabe ainda onde vai parar, mas já ficou nítido nesta semana que o tais grupos de comunicação pretendem criar uma barafunda pública a ponto de melar a CPMI. Isso comprova que a verdade fática parece se encontrar na investigação da Polícia Federal sobre o caso Cachoeira. E esta verdade é que os grupos de comunicação ultrapassaram todas as regras da conveniência política e pública. Sujaram a democracia.    

domingo, 27 de maio de 2012

Por que mudou ??? Mudou por quê ??? - José Nilton Mariano Saraiva

"NÃO HÁ COMO DAR PERDÃO A CACHOEIRA PORQUE A LEI EXIGE QUE O RÉU, PARA QUEM SE PROPÕE O PERDÃO, TENHA COLABORADO NO DESVENDAMENTO DA CAUSA” (Márcio Thomaz Bastos, em 2004, quando ministro da Justiça, no escândalo Waldomiro Diniz).
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Hoje, o Márcio Thomaz Bastos figura como o principal defensor do Cachoeira, de quem receberá “apenas” 18 (dezoito) milhões de reais(dinheiro da contravenção, não nos esqueçamos). Prá você, aí do outro lado da telinha, quem mudou: o Cachoeira ou mudou o Thomaz Bastos ??? Todo homem tem mesmo seu preço ???

Onde vamos parar ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Se alguém tinha dúvida a respeito da "periculosidade" do tal Cachoeira, taí mais uma denúncia (abaixo) - seríssima - de alguém da credibilidade de um Luis Nassif. E, agora, revelando sem nenhum receio, a participação desassombrada, no "esquema" criminoso, de ninguem menos que um ministro do Supremo Tribunal Federal, o arrogante Gilmar Mendes. 
Agora, reflitam sobre o perigo que nos rondou(a): uma revista de circulaçao nacional (VEJA), a principal rede de televisão do país (GLOBO), um jornal com uma certa tiragem (Folha de São Paulo), um ministro do STF (Gilmar Mendes), um senador da república (Demóstenes Torres), todos a serviço e comandados por um marginal abusado (Carlos Cachoeira) disposto a pagar qualquer preço (com dinheiro da contravenção) a fim de derrubar um governo democraticamente constituído,  a fim de colocar os integrantes da sua quadrilha em postos chaves da nação (lembremo-nos que ao Demóstenes Torres já estava prometido uma vaga no Supremo). E agora um reforço de peso foi contratado a peso de ouro, com o dinheiro da contravenção: o ex-ministro do governo - Marcio Thomaz Bastoso. 
E o pior é que, quando chamados a depor numa CPI, os "coitadinhos" se valem e se escudam na própria Constituição Federal, a fim de se manterem calados. 
A quem recorrer, se até o Poder Judiciário já mostrou se achar contaminado ??? Onde vamos parar ???

José Nilton Mariano Saraiva 

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À medida em que as peças do quebra-cabeça Cachoeira vão se juntando, vislumbra-se um quadro inédito na história do país. Tão inédito que ainda não caiu a ficha de parte relevante da opinião pública e, especialmente, do Judiciário. O desenho que se monta é uma conspiração contra o Estado brasileiro (não contra o governo Lula, especificamente), através de três vértices principais.
Havia o chefe de quadrilha Carlinhos Cachoeira. Sua principal arma era a capacidade de plantar matérias e escândalos, falsos ou verdadeiros, na revista Veja – o outro elo da corrente.
Durante algum tempo, graças ao Ministro Gilmar Mendes, seu principal operador – o araponga Jairo Martins – monitorou o sistema de telefonia do Supremo. E Cachoeira dispunha da revista Veja para escandalizar qualquer conversa, fuzilar qualquer reputação.
Essa é a conclusão objetiva dos fatos revelados até agora.
O que não se sabe é a extensão das gravações. Veja demonstrou em várias matérias – especialmente no caso Opportunity – seu poder de atacar magistrados que votavam contra as causas bancadas pela revista.
A falta de discernimento das denúncias, o fato da revista escandalizar qualquer conversa, a perspectiva de virar capa em uma nova denúncia da revista, seria capaz de intimidar o magistrado mais sólido.
A dúvida que fica: qual a extensão das conversas do STF monitoradas e gravadas por Jairo? Que Ministros podem ter sido submetidos a ameaças de denúncia e/ou constrangimento?
Gilmar colocou a mais alta Corte do país ao alcance de um bicheiro.


Onde vamos parar ??? - José Nilton Mariano Saraiva


Se alguém tinha dúvida a respeito da "periculosidade" do tal Cachoeira, taí mais uma denúncia (abaixo) - seríssima - de alguém da credibilidade de um Luis Nassif. E, agora, revelando sem nenhum receio, a participação desassombrada, no "esquema" criminoso, de ninguem menos que um ministro do Supremo Tribunal Federal, o arrogante Gilmar Mendes. 
Agora, reflitam sobre o perigo que nos rondou(a): uma revista de circulaçao nacional (VEJA), a principal rede de televisão do país (GLOBO), um jornal com uma certa tiragem (Folha de São Paulo), um ministro do STF (Gilmar Mendes), um senador da república (Demóstenes Torres), todos a serviço e comandados por um marginal abusado (Carlos Cachoeira) disposto a pagar qualquer preço (com dinheiro da contravenção) a fim de derrubar um governo democraticamente constituído,  a fim de colocar os integrantes da sua quadrilha em postos chaves da nação (lembremo-nos que ao Demóstenes Torres já estava prometido uma vaga no Supremo). E agora um reforço de peso foi contratado a peso de ouro, com o dinheiro da contravenção: o ex-ministro do governo - Marcio Thomaz Bastoso. 
E o pior é que, quando chamados a depor numa CPI, os "coitadinhos" se valem e se escudam na própria Constituição Federal, a fim de se manterem calados. 
A quem recorrer, se até o Poder Judiciário já mostrou se achar contaminado ??? Onde vamos parar ???

José Nilton Mariano Saraiva 



À medida em que as peças do quebra-cabeça Cachoeira vão se juntando, vislumbra-se um quadro inédito na história do país. Tão inédito que ainda não caiu a ficha de parte relevante da opinião pública e, especialmente, do Judiciário. O desenho que se monta é uma conspiração contra o Estado brasileiro (não contra o governo Lula, especificamente), através de três vértices principais.
Havia o chefe de quadrilha Carlinhos Cachoeira. Sua principal arma era a capacidade de plantar matérias e escândalos, falsos ou verdadeiros, na revista Veja – o outro elo da corrente.
Durante algum tempo, graças ao Ministro Gilmar Mendes, seu principal operador – o araponga Jairo Martins – monitorou o sistema de telefonia do Supremo. E Cachoeira dispunha da revista Veja para escandalizar qualquer conversa, fuzilar qualquer reputação.
Essa é a conclusão objetiva dos fatos revelados até agora.
O que não se sabe é a extensão das gravações. Veja demonstrou em várias matérias – especialmente no caso Opportunity – seu poder de atacar magistrados que votavam contra as causas bancadas pela revista.
A falta de discernimento das denúncias, o fato da revista escandalizar qualquer conversa, a perspectiva de virar capa em uma nova denúncia da revista, seria capaz de intimidar o magistrado mais sólido.
A dúvida que fica: qual a extensão das conversas do STF monitoradas e gravadas por Jairo? Que Ministros podem ter sido submetidos a ameaças de denúncia e/ou constrangimento?
Gilmar colocou a mais alta Corte do país ao alcance de um bicheiro.