quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Leiloando o último Hímen do fim de um ciclo histórico - José do Vale Pinheiro Feitosa


É notícia destacada a história da Catarinense Ingrid Migliorini que faz um leilão internacional de sua virgindade. Novidade alguma há nesta história em termos deste matadouro entre homens e mulheres. Comer é o termo ainda hoje usado por esta cultura.

No entanto esse fato é diferente: é o que se chama “produto” para venda no mercado. Apenas lembra aquelas velhas práticas entre velhos babaus de cabaré a disputar com suas riquezas as jovens debutantes do prostíbulo. Agora é um produto com marketing internacional, a Catarinense encontra-se em Sidney na Austrália, que é o “Sol Dourado” da juventude terceiro mundista.

É um produto tipicamente de mídia. Serve para vender notícia e prender nossos cérebros às idiotices escapistas diante destas ruas cheias de mágoas, revoltas e de loucos com armas nas mãos a ceifar vidas como se roçam ervas no campo.

Hoje apareceu o mais perfeito babaca do machismo latino-americano: um tal Oscar Maroni, que tem no currículo duas mil relações sexuais, diz que já passou um final de semana com a menina mas não a “abateu” em face da resistência criada por ela de um pagamento de 100 mil reais. O Maroni come de graça, é dono do clube privê “Bahamas” atualmente sob mira da justiça.  

O preço máximo para o “hímen de ouro” já foi apresentado e o martelo bateu o lance: setecentos e oitenta mil dólares ou um milhão e meio de reais. Dizem que um Japonês, parecido com aquele que ficou cinquenta anos escondido numa floresta sem saber que a guerra tinha acabado, rematou o lance e terá seu “produto” nos termos da virgem.

Os termos do leilão: uma hora com ela, não pode beijar, não pode usar apetrechos de sex shop, usar preservativos, pagar adiantado, comprador pode ter a identidade revelada e assim vai. Segundo os termos do lance a cópula acontecerá à bordo de uma avião entre a Austrália e os EUA (conclui-se que num jatinho particular).

Ente a Austrália e os EUA acontece a rota em que se faz efetivamente os “produtos” globalizados de certa classe média, inclusive brasileira, que gosta de falar inglês, só escuta música nesta língua, sonha com a Austrália e a Nova Zelândia e trabalhar numa multinacional frente a um computador, com telefones de orelha a vender coisas intangíveis e à distância.

É um produto, como diriam os velhos de hoje e jovens de antigamente: um Produto Imperialista. Decadente como o exemplo, mas um produto do final de um ciclo histórico.

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