É notícia destacada a história da Catarinense Ingrid Migliorini
que faz um leilão internacional de sua virgindade. Novidade alguma há nesta
história em termos deste matadouro entre homens e mulheres. Comer é o termo
ainda hoje usado por esta cultura.
No entanto esse fato é diferente: é o que se chama “produto”
para venda no mercado. Apenas lembra aquelas velhas práticas entre velhos babaus
de cabaré a disputar com suas riquezas as jovens debutantes do prostíbulo.
Agora é um produto com marketing internacional, a Catarinense encontra-se em
Sidney na Austrália, que é o “Sol Dourado” da juventude terceiro mundista.
É um produto tipicamente de mídia. Serve para vender notícia
e prender nossos cérebros às idiotices escapistas diante destas ruas cheias de
mágoas, revoltas e de loucos com armas nas mãos a ceifar vidas como se roçam
ervas no campo.
Hoje apareceu o mais perfeito babaca do machismo latino-americano:
um tal Oscar Maroni, que tem no currículo duas mil relações sexuais, diz que já
passou um final de semana com a menina mas não a “abateu” em face da
resistência criada por ela de um pagamento de 100 mil reais. O Maroni come de
graça, é dono do clube privê “Bahamas” atualmente sob mira da justiça.
O preço máximo para o “hímen de ouro” já foi apresentado e o
martelo bateu o lance: setecentos e oitenta mil dólares ou um milhão e meio de reais.
Dizem que um Japonês, parecido com aquele que ficou cinquenta anos escondido
numa floresta sem saber que a guerra tinha acabado, rematou o lance e terá seu “produto”
nos termos da virgem.
Os termos do leilão: uma hora com ela, não pode beijar, não
pode usar apetrechos de sex shop, usar preservativos, pagar adiantado, comprador
pode ter a identidade revelada e assim vai. Segundo os termos do lance a cópula
acontecerá à bordo de uma avião entre a Austrália e os EUA (conclui-se que num
jatinho particular).
Ente a Austrália e os EUA acontece a rota em que se faz
efetivamente os “produtos” globalizados de certa classe média, inclusive
brasileira, que gosta de falar inglês, só escuta música nesta língua, sonha com
a Austrália e a Nova Zelândia e trabalhar numa multinacional frente a um
computador, com telefones de orelha a vender coisas intangíveis e à distância.
É um produto, como diriam os velhos de hoje e jovens de
antigamente: um Produto Imperialista. Decadente como o exemplo, mas um produto
do final de um ciclo histórico.
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