Hoje já ocupei o espaço do blog com outra postagem, mas não
consegui passar o parágrafo de um discurso de Ben Bernanke, presidente do Banco
Central Americano, numa universidade americana. E não consegui pelo choque que
tem tais palavras com os arroubos neoliberais das grandes empresas de
jornalismo brasileiro, especialmente as revistas Veja e Época em sua contínua
tarefa de formar mentalidades aqui nestes trópicos.
O resumo do discurso da mídia corporativa que tão bem os
conservadores repetem em e-mails, postagens e nas redes sociais foi muito bem
resumido por Antônio Mello em seu blog: Este é um governo demagógico, que se
vale de bolsas e transferências de renda para vagabundo, numa compra indireta
de votos; é um governo de petralhas, de companheiros enriquecendo como nunca;
uma república sindicalista, com bolsa de estudo para pobre, tudo para os
pobres, com o objetivo de continuar vencendo as eleições e poderem roubar ainda
mais.
Na verdade o discurso esconde uma grande luta contra os
direitos sociais e os direitos humanos. Os “petralhas” passam, mas os direitos
sociais para os neoliberais são uma forma de sociedade que eles precisam
combater como uma oneração sobre aqueles que têm o maior mérito. A cereja do
bolo dos neoliberais mundiais e provincianos é a meritocracia. Enfim vamos a Ben
Bernanke:
"Fomos ensinados a acreditar que as
instituições e sociedades meritocráticas são justas. Deixando de lado o fato de
que nenhum sistema, inclusive o nosso, é realmente totalmente meritocrático, a
meritocracia pode ser mais justa e mais eficiente do que algumas alternativas.
Mas, justa em um sentido absoluto? Pense nisso. A meritocracia é um sistema no
qual as pessoas mais sortudas na sua saúde e na sua herança genética; mais
sortudas em termos de apoio da família, de encorajamento e, provavelmente, de
renda; mais sortudas nas suas oportunidades educacionais e de carreira, e mais
sortuda em tantos outros aspectos difíceis de enumerar - estas são as pessoas
que recebem as maiores recompensas. Mesmo para uma suposta meritocracia, a
única maneira de ter esperança de ser considerada justa, é se aqueles que são
os mais afortunados em todos esses aspectos também possuem a maior
responsabilidade de trabalhar duro, para contribuir para a melhoria do mundo, e
para compartilhar sua sorte com os outros."
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