quarta-feira, 5 de junho de 2013

Ben Bernanke em dia de reconsiderações

Hoje já ocupei o espaço do blog com outra postagem, mas não consegui passar o parágrafo de um discurso de Ben Bernanke, presidente do Banco Central Americano, numa universidade americana. E não consegui pelo choque que tem tais palavras com os arroubos neoliberais das grandes empresas de jornalismo brasileiro, especialmente as revistas Veja e Época em sua contínua tarefa de formar mentalidades aqui nestes trópicos.

O resumo do discurso da mídia corporativa que tão bem os conservadores repetem em e-mails, postagens e nas redes sociais foi muito bem resumido por Antônio Mello em seu blog: Este é um governo demagógico, que se vale de bolsas e transferências de renda para vagabundo, numa compra indireta de votos; é um governo de petralhas, de companheiros enriquecendo como nunca; uma república sindicalista, com bolsa de estudo para pobre, tudo para os pobres, com o objetivo de continuar vencendo as eleições e poderem roubar ainda mais.

Na verdade o discurso esconde uma grande luta contra os direitos sociais e os direitos humanos. Os “petralhas” passam, mas os direitos sociais para os neoliberais são uma forma de sociedade que eles precisam combater como uma oneração sobre aqueles que têm o maior mérito. A cereja do bolo dos neoliberais mundiais e provincianos é a meritocracia. Enfim vamos a Ben Bernanke:

"Fomos ensinados a acreditar que as instituições e sociedades meritocráticas são justas. Deixando de lado o fato de que nenhum sistema, inclusive o nosso, é realmente totalmente meritocrático, a meritocracia pode ser mais justa e mais eficiente do que algumas alternativas. Mas, justa em um sentido absoluto? Pense nisso. A meritocracia é um sistema no qual as pessoas mais sortudas na sua saúde e na sua herança genética; mais sortudas em termos de apoio da família, de encorajamento e, provavelmente, de renda; mais sortudas nas suas oportunidades educacionais e de carreira, e mais sortuda em tantos outros aspectos difíceis de enumerar - estas são as pessoas que recebem as maiores recompensas. Mesmo para uma suposta meritocracia, a única maneira de ter esperança de ser considerada justa, é se aqueles que são os mais afortunados em todos esses aspectos também possuem a maior responsabilidade de trabalhar duro, para contribuir para a melhoria do mundo, e para compartilhar sua sorte com os outros."


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