Mesmo
ser atuar na área, de certa forma já tínhamos conhecimento da importância do
SUS para os menos favorecidos, em razão de, mensalmente, acompanharmos um
familiar ao Instituto do Câncer, aqui em Fortaleza, para consulta e recebimento
da medicação respectiva (Glivec: uma caixa, com 30 cápsulas, custa na farmácia
nada menos que R$ 12.000,00 o correspondente a 17,7 meses de ganho do salário
mínimo – quase dois anos, portanto). E
assim, nessa peregrinação mensal, ao acompanhá-lo tivemos oportunidade de
conhecer muitos outros, normalmente aposentados de salário mínimo ou nem isso, que
fazem uso dessa e de outras medicações específicas, além do que se submetem a consultas
mensais e ao doloroso tratamento radioterápico e quimioterápico.
Pois
bem, se você quer avaliar a importância e grandeza de um programa como o SUS, é
só comparecer num dia qualquer da semana ao Instituto do Câncer, aqui em
Fortaleza, e presenciar aquela legião de centenas e centenas de pessoas que,
acometidos por moléstias diversas, dependem do governo para tentar livrar-se da
morte ou pelo menos prorrogar sua chegada. Evidentemente, muito precisa ser
feito, porquanto não existem médicos suficientes pra atender tanta gente, assim
como o espaço físico se mostra precário ante a demanda; mas, a se levar em
conta os depoimentos sinceros dos próprios doentes, antes do SUS a coisa era
muito pior.
A
reflexão acima é só pra lembrar recente postagem do Zé do Vale que, como competente
profissional da área de saúde, vivencia de há muito o problema. Pois bem, segundo
ele, os planos de saúde, que cobrem ambulatórios e hospitais atingem apenas 43
milhões de pessoas, no universo brasileiro de 193 milhões de habitantes; e aí
não é preciso se ser nenhum “bamba” em contas, pra constatar que sobram 150
milhões de pessoas, evidentemente que necessitadas ao extremo; e para
atendê-las, ainda segundo Zé do Vale, o Governo entra com nada menos que “...130
bilhões de reais gastos em saúde no setor público” (consultas, exames,
internações e medicação).
Alfim,
num recado para os que criticam o SUS sem conhecer sua estrutura e realidade, Zé
do Vale arremata, contundentemente: “... construímos uma coisa fenomenal e uma
das maiores instituições de saúde do mundo e podemos tirar proveito dela. Vamos
apostar nela, empurrar sua qualidade, seu acesso, sua melhor distribuição. Abandonemos
a empulhação e partamos para a conquista que muitas gerações levaram de
sacrifício e agora ainda tem que receber esta sandice alienada”.
Uma
tradução simplista para o acima exposto ??? Quem fala assim não é gago.
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